Em volta, Maracanã tem marketing irregular, pregação e polícia ociosa

Rodrigo Mattos

Do UOL, no Rio de Janeiro

A poucas horas do início da final, o entorno do Maracanã tem marketing de emboscada, pregação religiosa associada à Copa das Confederações, cambistas e muitos policiais ociosos. Uma parte dessa miscelânea quebra as regras da Fifa, mas não tem havido repressão apesar do alto número de agentes de segurança em volta do estádio.

Com a maioria dos manifestantes afastados do estádio, os dois grupos mais numerosos em volta da arena eram de policiais e de evangélicos. Uma estrutura impressionante cercava a campanha "ImpactoCristoSalva". Todos vestiam camisas com exaltações a Jesus e distribuíam panfletos com tabelas da competição. Havia supervisores, faixas e até equipes de filmagem.

Pelas regras, a Fifa só permite a associação da marca de suas competições, como em tabelas, quando há fins jornalísticos. A campanha evangélica se estendeu por todos os jogos da Copa das Confederações, em maior ou menor escala. No Maracanã, havia cerca de 500 pessoas envolvidas pela observação da reportagem.

Um grupo de cerca de 30 a 40 pessoas apresentava um marketing de emboscada. Eles usavam camisas do Brasil com a marca Onduline, que produz telhados. Pelas regras da Fifa, é vetado que grandes grupos de pessoas ostentem marcas que não são de patrocinadores do Mundial e da Copa das Confederações.

Grandes mesmo eram os conjuntos de policiais ociosos. Com manifestações em menor proporção do que o esperado, policiais estavam ociosos na maior parte do entorno do estádio pelo menos até às 17 horas. Na Av. Maracanã, havia um grupo de cerca de 50 PMs sentados tomando suco. Do outro lado da avenida, havia mais 20 na mesma posição. Policiais com cavalos, da Força Nacional e que utilizavam o caveirão também pouco tinham o que fazer. Conversavam e olhavam para o celular. Nesta região, há previsão de que chegue um grupo de protesto.

Há um total de cerca de 10 mil agentes de segurança para proteção da arena. Isso representa o dobro dos manifestantes da primeira passeata que se dirigiu ao estádio, mais cedo. 

Na mesma área onde os policiais estavam ociosos, cambistas se espalhavam pelo Viaduto Oduvaldo Cozzi. De forma discreta, tentavam comprar e vender ingressos aos torcedores. Não havia nenhuma repressão vista pela reportagem.

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