Brasil intensifica estilo para prevalecer contra o toque de bola espanhol

Fernando Duarte

Do UOL, no Rio de Janeiro

A seleção brasileira não fez nada de novo na vitória por 3 a 0 contra a Espanha. E sim elevar a intensidade de seu plano de jogo como nunca tinha feito ou precisado fazer até então na Copa das Confederações. No duelo com a equipe apelidada de Fúria, foram os brasileiros que entraram com sangue nos olhos. Buscaram desde o início uma marcação mais agressiva, temperada com força física nos contatos com os espanhóis e que teve como trilha sonora um Maracanã que deu reverberação mais alta que em qualquer outra arena do torneio.

"Turbinados", os jogadores conseguiram executar o plano de jogo sempre exigido por Luiz Felipe Scolari: o de conseguir gols cedo – algo determinante nas vitórias sobre Japão e México. Depois de não conseguir sucesso nas partidas contra Itália e Uruguai, feriu os espanhóis cedo com o gol de Fred.

Para que os espanhóis não se recuperassem do choque, uma perseguição sistemática a Xavi e Iniesta, os principais articuladores de jogo da Espanha. Nem sempre de maneira lícita, como foi a marca registrada do Brasil na Copa das Condeferacões, em que cometeu uma média de 21 faltas por partida: apenas no primeiro tempo, a seleção fez 15 faltas, contra apenas oito dos espanhóis - o placar total fecharia em 26 a 16.

Surtiu efeito para quebrar o ritmo de jogo dos espanhóis, ainda que a equipe europeia tenha fechado o primeiro tempo com 12% a mais de posse de bola que a seleção (56% x 44%). Foi, porém,  menor que a média de 68% registrada na Eurocopa de 2012, o mais recente torneio disputado pela Espanha.

Com exceção de um chute de longe de Iniesta e da arrancada de Pedro que David Luiz salvou em cima da linha, ambas no primeiro tempo, a Espanha ofereceu pouco perigo ao gol defendido por Julio Cesar. Quando perdeu sua chance preciosa de voltar ao jogo, no pênalti de Marcelo, lançou-se ainda mais à frente e abriu espaços preciosos para os contra-ataques brasileiros.

Com a torcida aplaudindo de desarmes a laterais ajudou a empurrar a seleção nos momentos em que a Espanha conseguiu mais equilíbrio. E pareceu dar fôlego extra a jogadores cruciais no sistema de pressão imaginado por Felipão. Em especial Oscar, cujo cansaço de final de temporada vinha prejudicando suas atuações. Contra a Espanha, pôs a faca nos dentes para marcar e tentar articular jogadas, brilhando com a assistência para o gol de Neymar. Luiz Gustavo e Paulinho foram os volantes caçadores que Felipão vinha pedindo - conseguiram 15 e 10 desarmes, respectivamente.

Contra muitos prognósticos, a seleção conseguiu encontrar uma solução para parar a equipe-sensação do momento, em meio ao frenesi midiático provocado pelo primeiro encontro entre os dois times em 14 anos. Deu show para a torcida e sai da Copa das Confederações numa situação infinitamente melhor do que entrou.

 

Veja também



Shopping UOL

UOL Cursos Online

Todos os cursos