Sem tempo, Felipão tentou entrosar seleção brasileira "na marra"

Paulo Passos*

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • EFE/ROBERT GHEMENT

    18.jun.2013 - Técnico Luiz Felipe Scolari enxuga o suor durante o treino da seleção em Fortaleza

    18.jun.2013 - Técnico Luiz Felipe Scolari enxuga o suor durante o treino da seleção em Fortaleza

A falta de tempo para treinar é uma realidade para os técnicos da seleção brasileira. Contratado pouco há mais de seis meses para o cargo, Luiz Felipe Scolari sabia que teria esse problema desde sempre. Pressionado por jogar no Brasil, apostou em três estratégias para tentar conseguir mais entrosamento na Copa das Confederações: antecipou a apresentação dos jogadores, barrou treinos físicos - optando por trabalhos técnicos e táticos - e  definiu o time titular desde os amistosos antes do torneio começar.

Com o trabalho deste sábado, prévio à decisão contra a Espanha, Felipão comandará 23 treinamentos durante a preparação e a disputa da Copa das Confederações . São quatro a mais do que a Espanha, rival deste domingo.

A comissão técnica da seleção deu prioridade total aos trabalhos técnicos e táticos. Treinamentos e até exames físicos foram cancelados para que os jogadores pudessem ganhar entrosamento. 

"Foi dado tempo para o Felipão achar o time. O normal seria eu trabalhar a parte física num dos períodos", afirmou Paulo Paixão, preparador físico da seleção. "Vou para a minha sexta Copa do Mundo. Ao longo das outras competições, nesse mesmo período, sempre tive parte física. Para essa competição foi a que eu tive pouquíssimo tempo, mas era importante esse trabalho com bola", completou.

O maior número de treinamentos em relação à Espanha aconteceu também por conta da apresentação antecipada dos jogadores da seleção. Pelas regras da Fifa, os atletas teriam que se apresentar obrigatoriamente no dia 1 de junho. Na seleção, o time começou a treinar, ainda incompleto, no dia 29 de maio.

A antecipação teve seus percalços, como a disputa com o Bayern de Munique para que Dante e Luiz Gustavo chegassem a tempo. O clube alemão queria que a dupla disputasse a Supercopa da Alemanha, no dia 1 de junho. A CBF venceu a queda de braço, mas o dois foram os últimos a se apresentar e perderam três treinamentos com o Brasil.

Mesmo assim, Luiz Gustavo entrou no time titular já no primeiro jogo da preparação, dois dias depois de chegar ao Brasil, contra a Inglaterra, no Maracanã. No empate, Felipão armou o time que seria titular na Copa das Confederações. A única mudança foi a troca de Filipe Luis por Marcelo, feita já no segundo amistoso, contra a França, em Porto Alegre.

"Só mudo o time por questões médicas", foi uma das frases repetida pelo técnico antes dos quatro jogos na Copa das Confederações.  E assim foi até a final.

Espanha entrosada
Campeã do mundo e bi da Europa, a Espanha é, com certeza, a seleção mais entrosada do planeta. Dos 23 jogadores que vieram ao Brasil, 17 estiveram na última Copa do Mundo. Além disso, a equipe de Vicente Del Bosque tem a seu favor o fato de que seis titulares - Busquets, Jordi Alba, Pedro, Xavi, Iniesta, Pique - joguem juntos o ano todo, no Barcelona.

* colaborou Bruno Freitas, do UOL, no Rio de Janeiro

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