Equipamentos não funcionam e prejudicam segurança na Confederações

Ricardo Perrone

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • AFP PHOTO / CHRISTOPHE SIMON

    Agentes da Força Nacional fazem segurança no entorno do Mineirão na última quarta-feira

    Agentes da Força Nacional fazem segurança no entorno do Mineirão na última quarta-feira

Equipamentos de segurança entregues pelo Governo Federal em cima da hora e que não funcionaram prejudicaram as cidades envolvidas na Copa das Confederações. Em alguns casos a entrega foi feita apenas dois dias antes do material ser usado pela primeira vez.

Belo Horizonte foi uma das prejudicadas. Parte dos equipamentos chegou à cidade na semana do primeiro jogo na capital mineira, entre Taiti e Nigéria.

De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Militar de Minas Gerais, dois caminhões chamados de Centro de Controle Integrado de Monitoramento deveriam ser enviados para Belo Horizonte. Porém, na semana da primeira partida na cidade, apenas um deles foi entregue. O outro não chegou até o fim da participação mineira na competição.  Para piorar, o equipamento usado para monitorar os torcedores não funcionou.

Um sofisticado sistema acoplado a um helicóptero foi recebido pela PM mineira também na semana do primeiro jogo.  Feito para gravar imagens aéreas e útil para identificar eventuais baderneiros, o equipamento também não funcionou. Ficou guardado. A PM mineira não sabe dizer o motivo para a aparelho não funcionar.

Os dois equipamentos teriam ajudado a identificar responsáveis por depredações perto do Mineirão. Nos dois últimos sábados aconteceram protestos violentos na cidade. Durante Brasil x Uruguai até veículos foram queimados.

Segundo a assessoria de imprensa da PM, como a Copa das Confederações se trata de um evento teste, a corporação espera que os problemas sejam resolvidos para o Mundial. A corporação aguarda a chegada de  mais equipamentos no segundo semestre. Se isso ocorrer, acredita que terá tempo para fazer ajustes antes da Copa do Mundo de 2014. Em maio, a Polícia Militar havia recebido balas de borracha e coletes à prova de bala em quantidades satisfatórias.

A Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, vinculada ao Ministério de Justiça, confirma que as seis sedes não puderam usar todos os equipamentos. Porém, nega que tenha ocorrido atraso na entrega.

A assessoria de imprensa do órgão afirma que os equipamentos foram enviados com um ano de antecedência, já que a meta é a utilização deles na Copa de 2014. Afirma que o planejamento não previa a entrega para a Copa das Confederações. Diz ainda que a competição foi usada como teste e que agora as cidades estão relatando os problemas para que sejam feitos os ajustes.

O investimento do Governo Federal na área de segurança para o Mundial é de 1,9 bilhão, contando equipamento, estrutura e aperfeiçoamento de pessoal. Os aparelhos enviados ficarão com as sedes depois do evento.

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