Tentativa 'furada' de assessor evidencia racha entre Brasil e Fifa em Fortaleza
José Ricardo Leite e Pedro Ivo Almeida*
Do UOL, em Fortaleza
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EFE/Antonio Lacerda
Assim como no Mineirão (foto), Blatter (e) e Marin estiveram próximos no Castelão, mas sem muito contato
As tribunas de honra do estádio Castelão voltaram a presenciar, na última quinta-feira, no duelo semifinal da Copa das Confederações entre Itália e Espanha, a frieza na relação entre a organização brasileira do Mundial de 2014 e a Fifa. José Maria Marin, presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e do COL (Comitê Organizador Local) novamente teve relação fria com o presidente da Fifa, o suíço Joseph Blatter.
No duelo entre Brasil e Itália, no último sábado, em Salvador, os dois já haviam sentado lado a lado, mas conversado muito pouco. Nesta quinta, o cenário foi ainda mais gelado. De prontidão, eles nem se sentariam um ao lado do outro. Mas as posições juntas nas cadeiras foi viabilizada por uma assessor do brasileiro.
Durante o primeiro tempo do jogo, muito pouco se esforçaram para estreitar a relação. No intervalo, Marin deixou as dependências do estádio.
A frieza na relação Brasil e Fifa foi ainda mais escancarada depois que o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, chegou para assistir à segunda etapa da partida e ficou distante de Blatter, sem esboçar sequer um cumprimento em público para o suíço.
Rebelo ficou em uma ala ao lado e separada da que estavam localizados dirigentes da Fifa e das confederações espanhola e italiana. O ministro também já havia feito o mesmo no jogo em Salvador, entre brasileiros e italianos, mas com Marin, e não com Blatter.
O relacionamento entre o ministro e a cúpula da CBF piorou depois que foi colocada no Youtube uma gravação atribuída ao cartola com críticas a Rebelo. O ministro foi descrito no áudio como pessoa de "raciocínio lento".
Marin tem sido criticado por seus opositores por pouco se relacionar com cartolas da Fifa, supostamente por não falar inglês. Além disso, faz tempo que a cúpula da federação internacional se afastou do presidente da CBF. Os estrangeiros avaliam que ele provoca várias situações constrangedoras.
*Colaborou Ricardo Perrone, do UOL, no Rio de Janeiro