Para Blatter, medidas do governo devem amenizar protestos

Rodrigo Mattos e Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • REUTERS/Paulo WhitakerREUTERS/Paulo Whitaker

    Blatter reafirmou que nunca houve plano de tirar a Copa-2014 do Brasil

    Blatter reafirmou que nunca houve plano de tirar a Copa-2014 do Brasil

Ao mesmo que tenta dissociar o futebol dos protestos, o presidente da Fifa, Jopseh Blatter, mostrou-se confiante de que medidas tomadas pelo governo brasileiro devem surtir um efeito sobre o humor da população e talvez amenizar as manifestações. E esse é um dos motivos que o levaram a reafirmar que não há possibilidade de modificação da sede do Mundial, nem um plano B.

"Vi a reação do gabinete do governo que prometeu mudanças. E, na Copa, isso poderá ser entregue. É uma questão de confiança no governo do Brasil e no comitê organizador. Temos confiança. Temos confiança mesmo com situação de desconforto que experimentamos", afirmou o dirigente suíço, que não quis comentar decisões recentes do governo. "Não posso falar sobre decisões prováveis que o governo federal vai tomar. Em relação ao futebol, e o paralelismo do evento, merece atenção especial e um estudo demográfico [para ser entendida], não uma declarçaão do presidente da Fifa."

Blatter se referia ao pronunciamento da presidente da República, Dilma Roussef, em que anunciou verbas de royalties de petróleo para educação - foi aprovado também parte para a saúde, entre outras medidas. A Fifa avaliava que foi bom o pronunciamento da presidente, embora o tenha considerado tardio.

O dirigente suíço ainda se mostrou confiante na segurança que será fornecida para a Copa das Confederações, e também para o Mundial. Por isso, descarta qualquer possibilidade de mudança de planos em relação à sede do Mundial.

"Nunca houve uma dúvida na Fifa em relação à essa competição para parar ou para fazer um plano B. Porque é uma questão de confiança no governo e na população do Brasil. Porque a população do Brasil gosta de futebol. E você viu na pesquisa: 71% quer a Copa [mesmo nesta situação de protestos]", ressaltou o cartola. Ele também negou que sua viagem de uma semana para fora do Brasil durante a Copa das Confederações não foi uma fuga. "Não tentei escapar."

Tanto que em relação à segurança o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirmou que o esquema para a final entre Brasil e Espanha terá um duplo desafio: terá de proteger os manifestantes e impedir atos violentos. Ele entende que os protestos não têm como objetivo impedir a realização dos jogos.

"Creio que as forças de segurança têm um duplo desafio. Proteger as manifestações e os manifestantes. E evitar as cenas de depredações e violência, de saques", analisou o ministro. "Não creio que as manifestações tenham como objetivo impedir ou tumultuar a realização dos jogos. Parte dos manifestantes sabe que os jogos estão marcadas. Marcam no dia para dar mais protagonismo às reivindicações. Mas não com o objetivo de impedir os jogos."

Em meio a tantas certezas, Blatter se mostrou em dúvida em relação à presença da presidente Dilma Rousseff no jogo final da Copa das Confederações. "Não foi confirmado se o chefe-de-estado estará a presente. Vou estar feliz se estiver lá. Não sou um profeta."

Veja também



Shopping UOL

UOL Cursos Online

Todos os cursos