Voluntários ficam presos nos estádios por segurança contra protestos

Rodrigo Mattos

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • EFE/Sebastião Moreira

    Manifesto violento próximo ao Mineirão antes do jogo do Brasil e Uruguai

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Voluntários da Copa das Confederações têm ficado presos por um tempo extra nos estádios para evitar que sejam alvo de violência por conta dos protestos nas ruas do país. A informação foi revelada por um voluntário e confirmada pelo COL (Comitê Organizador Local), que não soube precisar em quais jogos a medida foi adotada.

Fato é que existe uma preocupação de alguns voluntários de ficarem presos no meio da confusão, assim como uma atenção de suas famílias. Pelo menos é o que aconteceu com o indiano Omprakash Mundka, que é um veterano de voluntaria em eventos esportivos.

"[Minha mulher] Ficou sabendo sobre protestos. Ela perguntou sobre minha segurança. Perguntou se queria que viesse me buscar. Ela pediu para eu ficar com msegurança. Olho para fora do estádio para ver o que pode acontece. Falaram [o COL] para eu ficar aqui no estádio [mais tempo]. Quando sai, perguntei aos policiais. Tirei tudo [uniforme de voluntário] para parecer uma pessoa ordinária. E esse foi o jeito que voltei para o hotel", contou o indiano.

Diante dessa declaração, o coordenador de voluntários do COL, Rodrigo Hermida, confirmou que em algumas partidas mantém os voluntários por mais tempo no estádio quando entende que há alguma ameaça a segurança deles. "A gente não tem uma orientação de segurança. A gente confia na segurança do COL. Aconteceram alguns problemas no entorno. Se existe algum risco de segurança, a gente é comunicado. A gente mantém os voluntários por mais tempo", explicou

Segundo ele, não há orientação para que os voluntários retirem seus uniformes após sair dos estádios, nem há nenhum relato de ataque feito a algum deles. Quando os retém por mais tempo nas arenas, o comitê tenta criar um ambiente de divertimento e fornece mais comida para a equipe que trabalha de graça. "Quando tem sinal verde, a gente libera", afirmou.

Ele não soube dizer em que partidas foi utilizado esse procedimento, nem por quanto tempo os voluntários permaneceram no local. Mas ressaltou que ainda há outras formas de preservar a segurança da equipe por meio do uso de mini frotas de ônibus.

"Temos uma minifrota. [O COL] Entende nossa demanda. Tem gente começando muito cedo e acabando muito tarde. A gente etambém usa a frota. Se for necessário, amplia a frota subloca e sai com os ônibus para pontos centrais ou para pontos fora das manifestações. Não deixa por em risco a segurança dos voluntários."

São 5.652 voluntários, sendo 265 de fora do país e o restante de brasileiros. Um percentual de 80% das pessoas são abaixo de 40 anos.

 

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