Brasil supera Uruguai 'meio espanhol' em seu jogo mais tenso na Confederações

Fernando Duarte

Do UOL, em Belo Horizonte

  • AFP PHOTO / NELSON ALMEID

    Empurra-empurra no meio-campo: Brasil sofreu para vencer o Uruguai no Mineirão

    Empurra-empurra no meio-campo: Brasil sofreu para vencer o Uruguai no Mineirão

De certa maneira, a seleção brasileira teve nesta quarta-feira na vitória por 2 a 1 contra o Uruguai uma prévia do que será uma possível final contra a Espanha. Mesmo que apenas por um tempo e contra uma "Celeste" que não conseguiu "copiar" fielmente o sistema espanhol de monopólio da posse de bola – na realidade, os brasileiros retiveram-na por 64% do tempo contra 36% dos adversários.

A seleção "estranhou" um adversário que não esperou o Brasil em seu campo, como Luiz Felipe Scolari tanto se queixou recentemente. Assim como faz a Espanha contra seus oponentes, o Uruguai marcou bem mais de perto a saída de bola brasileira usando o trio de atacantes formado por Forlan, Suarez e Cavani e provocou desconforto suficiente para derrubar de 86% para 76% o índice de aproveitamento do Brasil em passes.

Na prática, isso foi demonstrado pelo fato de o Brasil ter demorado 17 minutos para dar seu primeiro chute a gol, com Oscar - nos três primeiros jogos, a equipe conseguiu marcar ou criar ótimas chances no máximo em 15 minutos. "O Uruguai é um time que veio com a linha de três jogadores para marcar a gente muito bem no início do jogo. Criou dificuldades e a gente não conseguia sair muito", analisou o meia do Chelsea.

Sem a mesma qualidade técnica da Espanha, o Uruguai não teve como manter o Brasil sob controle no segundo tempo. Se chutou apenas cinco bolas na primeira etapa, o número de tiros triplicou até o final da partida. E a equipe voltou a perder muitas bolas, 36, mantendo-se como a "campeã dos desperdícios" na Copa das Confederações até agora.

"As coisas não estavam dando certo. A gente não conseguiu trabalhar bola como queria e isso foi criando dificuldades. A gente precisou tentar manter a calma. Se a gente jogar com a Espanha na final já fez um teste de como as coisas vão ser", afirmou Neymar, que nesta quarta-feira não conseguiu manter a média perfeita de gols na Copa das Confederações – marcara três gols em três partidas.

Mas a pressão foi sentida especificamente pelos jogadores de trás. David Luiz admitiu que os primeiros 10 minutos foram de tensão para a seleção. "O Uruguai fez um grande trabalho, foi pressionar a gente e soube se fechar. Nem sempre vamos conseguir jogar a partida que desejamos e hoje foi um dia assim", explicou o zagueiro.

O desconforto a que o Uruguai submeteu a seleção no primeiro tempo acendeu uma luz de alerta. No Maracanã, caso enfrente a Espanha, o Brasil terá que de adaptar a um adversário que na última Eurocopa, por exemplo, teve posse de bola média de 68,2%. Contra um time que não tende a deixar a seleção jogar, o zagueiro Thiago Silva se preocupa com o posicionamento tático da equipe. "A gente talvez terá que correr bem mais atrás da bola do que está acostumado. Mas o próximo jogo é uma final, no Maracanã. A gente vai precisar ter isso em mente".

 
 

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