Brincalhão, contando piadas, até tomando chimarrão no lobby do hotel na companhia de repórteres, Felipão observou que, normalmente, procura manter uma imagem pública diferente da que tem privadamente. "Minha vida tem que ser um pouco mais resguardada".

 

Ao mesmo tempo, para não perder a fama de mau, Felipão registrou que a imagem positiva que está passando nestas entrevistas é fruto de um esforço coletivo. "Estão me podando. Às vezes, quero mandar um (repórter) para o inferno, mas eles não deixam", disse, mencionando três de seus auxiliares: o coordenador técnico Carlos Alberto Parreira, o auxiliar técnico Flavio Murtosa e o assessor de imprensa Rodrigo Paiva.

 

Brincando, Felipão reclamou dos excessos de demandas que recebe. E citou o produtor da Rede Globo João Ramalho: "O João está todo dia me pedindo alguma coisa". Dos 12 jornalistas autorizados pela Fifa a fazer perguntas na entrevista, que durou 30 minutos, dois eram da emissora.

 

Os encontros com o técnico da seleção lembram, às vezes, a sala de aula de uma escola primária. Um repórter introduziu sua questão dizendo: "Duas perguntas..." Felipão o cortou: "É uma só". Sem graça, o jornalista explicou: "É uma, mas dividida". 

 

Na véspera da partida contra a Itália, há quatro dias, Felipão deu um show. Contou piadas, fez homenagem a Parreira, brincou com o seu assessor de imprensa e surpreendeu com respostas inspiradas ("Tô vesgo pra colocar Bernard pra jogar. Que alegria nas pernas tem aquele guri!").