De acordo com o SBT, um segurança da Fifa foi flagrado vendendo ingressos para a partida entre Espanha e Nigéria pela última rodada da fase de grupos da Copa das Confederações. Em uma matéria nesta segunda-feira, a emissora mostra um homem, que diz ser funcionário terceirizado da entidade, fazendo o trabalho de cambista nos arredores do estádio Arena Castelão, em Fortaleza.

Enquanto um câmera filmava escondido o ato, o repórter Rodrigo Vianna iniciou a negociação com o "cambista". Apesar de vender claramente o ingresso, o segurança nega que esteja fazendo um comércio com a entrada e sim uma "troca".

"Eu não estou vendendo! Eu estou te dando o ingresso e você está me dando 100 reais", disse o funcionário durante a negociação.

A entrada, que foi vendida para a emissora, permitiu mesmo o acesso do repórter ao estádio. No ingresso, estava escrito que ele não poderia ser comercializado.

Segundo a reportagem, o ingresso que estava na mão do segurança foi uma cortesia dada por um dos patrocinadores da Copa das Confederações.

Depois de fechar a venda, o segurança terceirizado reconhece que o que está fazendo não é permitido, mas não desiste do negócio. "Eu acredito que sim, é ilegal", falou ao ser questionado sobre a legitimidade do seu ato.

Após a matéria da emissora, o UOL Esporte teve acesso a um comunicado divulgado pela Fifa em que a entidade informa que irá ajudar para que as leis criminais que proíbem a revenda de ingressos seja aplicada neste caso. Veja abaixo a íntegra da mensagem enviada pela entidade:

A FIFA tem trabalhado em constante parceria com as autoridades brasileiras com o objetivo de proteger os torcedores em todo o mundo para que não se tornem vítimas de atividades fraudulentas. Os termos e condições gerais para a utilização de ingressos proíbem qualquer revenda não autorizada e, particularmente, preços excessivos sobre os preços originais. Por essa razão, a FIFA pede desde o início para que torcedores não comprem ingressos de vendedores operantes no mercado paralelo e sempre enfatiza que a única fonte oficial de ingressos para a Copa das Confederações da FIFA é o: www.FIFA.com.

Em 2003, o Brasil adotou o Estatuto do Torcedor, que torna crime o ato de revender ingressos para um evento esportivo a um preço superior ao indicado no bilhete. Além disso, em preparação para a Copa do Mundo da FIFA, o Brasil aprovou uma lei especial - a Lei Geral da Copa - que também proíbe a revenda de ingressos. Qualquer um que tente revender ingressos ao redor do estádio, ou em outro lugar, estará violando as duas leis. A FIFA pretende não só cooperar plenamente como também solicitar a execução das leis criminais que proíbem a revenda de ingressos.

A provedora de serviços de emissão de bilhetes da FIFA, MATCH Services, criou uma equipe de fiscalização, cuja função é a de colaborar com as autoridades em seus esforços de aplicação das leis brasileiras. Os trabalhos estão em andamento sob a coordenação do Ministério do Esporte para que a FIFA e a MATCH Services estejam em lugares estratégicos a fim de cooperar com as autoridades nos dias de jogos. Esta equipe também está trabalhando em estratégias proativas e preventivas operacionais, legais e de relações públicas para combater os potenciais danos aos torcedores causados pela revenda não autorizada de ingressos. Com isso, a FIFA reforça mais uma vez para que torcedores só comprem bilhetes autênticos, de forma oficial e nos Centros de Ingressos), e que os compradores se portem de acordo com os termos e condições descritos na seção de venda de ingressos no FIFA.com.

Agradecemos o interesse em divulgar tais informações. Os torcedores precisam ter muito cuidado na hora de comprar ingressos e não confiar em outras fontes que não sejam o FIFA.com. Só assim é possível evitar problemas e frustrações com bilhetes falsos ou com preços exorbitantes. Além do mais, existe a possibilidade de os ingressos vendidos ilegalmente já terem sido cancelados e invalidados, o que neste caso impossibilita a entrada do torcedor no estádio.

No mais, lembramos que a venda de ingressos por cambistas é considerada crime em várias jurisdições ao redor do mundo. Por isso, pedimos aos torcedores que relatem tais práticas ao endereço: enforcement@match-ag.com.

Atenciosamente,
Departamento de Imprensa da FIFA