Veto a cerveja no entorno do Maracanã causa prejuízo e revolta comerciantes
Renan Rodrigues, Vinicius Konchinski e Vinícius Mesquita
Do UOL, no Rio de Janeiro
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Renan Rodrigues/UOL
Comerciante mostra geladeira cheia de cervejas durante partida entre Espanha e Taiti
O momento de lucrar com a chegada da Copa das Confederações não chegou para comerciantes do entorno do Maracanã, onde a Espanha venceu o Taiti por 10 a 0 nesta quinta-feira. Um decreto assinado pelo prefeito Eduardo Paes em 2009 proíbe a venda de bebidas alcoólicas nas imediações do estádio duas horas antes e duas horas após jogos oficiais.
As geladeiras dos estabelecimentos que cobram R$ 5 por dois latões ficam cheias, enquanto os torcedores interessados em 'molhar a garganta' precisam pagar R$ 9 no mesmo produto do lado de dentro da nova arena. A long neck do patrocinador oficial é ainda mais cara. Sai por R$ 12.
"Só no Maracanã existe essa lei absurda. Em São Januário e no Engenhão os comerciantes podem vender normalmente. E toda minuto as pessoas entram aqui pedindo. E toda hora eu preciso explicar que não posso vender. Se fosse por algum problema de violência, não venderiam do lado de dentro também. Está tudo cheio [as geladeiras]", disse João de Sales Ponte, dono do Bar dos Esportes, na rua Eurico Rabelo.
O veto originalmente restringia apenas o comercio de bebidas alcoólicas, mas donos de bares se queixam que até mesmo cerveja sem álcool e energéticos estão sendo vetados.
"O sem álcool vende legalzinho, mas não é igual, né. Acho injusto porque até mesmo cerveja sem álcool e energético eles estão vetando. É um prejuízo que não dá nem para calcular, se deixar, esvazia a geladeira várias vezes. Aqui fora é mais barato, mas só podemos começar a vender bem antes ou depois. A fiscalização bota o terror, se vender eles prendem mesmo", lamentou um funcionário de um bar que preferiu não se identificar.
Dentro do estádio, a venda de bebidas alcoólicas é proibida desde 2008 em competições nacionais, depois de um acordo feito pela CBF com os clube e federações. A Lei Geral da Copa, aprovada no Rio de Janeiro no final do ano passado, permite que a Fifa comercialize cerveja nas arenas brasileiras.
A Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) montou uma base móvel e realiza uma operação no entorno do Maracanã. Além de fiscalizar os bares, agentes também tentam coibir o comércio ambulante e estacionamento em local proibido.
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