Após renuciar à presidência de honra da Fifa por envolvimento em corrupção, João Havelange almoçou com o presidente da Fifa, Joseph Blatter, nesta terça-feira no Rio de Janeiro. Foi um encontro 'privado' do dirigente suíço, segundo informou a entidade ao UOL Esporte. É uma demonstração de que, apesar de o brasileiro ter deixado a entidade, continua a gozar de prestígio com o cartola máximo do futebol de quem foi o tutor, aliado e antecessor político.

Em maio de 2013, um relatório da Fifa confirmou que Havelange e o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira receberam propinas da ISL enquanto eram dirigentes da entidade: o total girava em torno de R$ 45 milhões. O ex-presidente da entidade renunciou pouco antes da revelação documento, enquanto seu ex-genro já tinha deixado seu cargo no Comitê Executivo em 2012. Blatter sabia dos desvios, mas não estava diretamente envolvido.

Apesar de serem excluídos, Teixeira e Havelange continuaram a manter vínculos com a Fifa e confederação. Tanto que a organização máxima do futebol mundial manteve a aposetandoria dos dois, prevista para todos os cartolas de sua cúpula.

Eles também mantiveram a influência dentro do futebol, ainda que de forma marginal. A neta de Havelange e ficha de Teixeira Joana Havelange atua como executiva do COL (Comitê Organizador Local). Embora ela apareça pouco durante a Copa das Confederçaões, está encarregada de cerimônias e protocolo em jogos. Já na CBF o presidente José Maria Marin continua a circular com um dos assessores de Teixeira ao seu lado, o que mostra a influência do dirigente na entidade.

Segundo a coluna Radar, da Veja, o almoço entre Blatter e Havelange ocorreu no restaurante Gero, em Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro, e foi regado a vinho. O presidente da Fifa ficará no Rio durante a maior parte da Copa das Confederações.