'Alvo óbvio', Marcelo se irrita com perguntas sobre a Espanha
Fernando Duarte
Do UOL, em Fortaleza
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Jefferson Bernardes/VIPCOMM
Lateral Marcelo se esquivou de perguntas sobre um possível confronto entre Brasil e Espanha
Por jogar na Espanha, o lateral Marcelo é um alvo óbvio de perguntas sobre o futebol do país. Mas o jogador não gostou da sucessão de questões envolvendo um possível confronto da seleção brasileira com a Fúria na Copa das Confederações e as expectativas dos jogadores sobre a possibilidade de enfrentar Xavi, Iniesta & cia.
"Vocês já estão colocando a Espanha na final esperando a gente. O campeonato mal começou e vocês estão querendo falar da final. Ainda temos que jogar com o México e a Itália para poder começar a pensar numa final", criticou o jogador, em uma entrevista coletiva realizada na tarde desta segunda-feira, em Fortaleza.
A coletiva foi dominada pelo assunto Espanha. Marcelo disse ter assistido à partida em que os campeões mundiais e europeus bateram o Uruguai por 2 a 1, mas não entrou em muitos detalhes sobre o que achou do jogo. Em conversas com jogadores dos dois lados, diversos jornalistas perceberam que o desejo de um encontro, o primeiro desde um amistoso em 1999, é grande. Mas o lateral do Real Madrid minimiza as expectativas.
"O Brasil não joga contra a Espanha há muito tempo e por isso as pessoas ficam falando. Se tivermos que jogar contra eles, tudo bem. Não temos que escolher. Quem vier a gente vai estar tranquilo, porque se não estivéssemos preparados era melhor nem estar aqui. Mas se tivermos que pegar a Espanha numa final vai ser um grande jogo", explicou Marcelo, esquecendo que o confronto também poderia ocorrer na semifinal caso os times se classifiquem em posições diferentes (primeiro e segundo de suas respectivas chaves ou vice-versa).
Integrante da seleção na final das Olimpíadas de Londres, quando o Brasil foi derrotado pelo México, o adversário de quarta-feira na Copa das Confederações, Marcelo não endossou a teoria de que a derrota está atravessada na garganta dos jogadores brasileiros. "Foi um dia triste para os jogadores e os brasileiros, mas não essa coisa de estar entalado".
O jogador, porém, cobrou um comportamento aguerrido como o do amistoso de 2010 em Torreón, no México, quando a seleção venceu o time da casa por 2 a1, mesmo jogando com 10 após a expulsão de Daniel Alves.
"Naquele jogo contra o México a gente estava com menos um, ganhamos mais na emoção, na vontade. Não foi estratégia, foi mais vontade"