Polícia atira bombas em manifestantes dentro de metrô próximo ao Maracanã
Vinícius Konchinksi
Do UOL, no Rio de Janeiro*
A manifestação realizada neste domingo no acesso ao Maracanã teve prisões e a presença de policiais dentro do metrô atirando bombas. Cerca de mil pessoas se reuniram próximo ao estádio antes do jogo Itália 2 x 1 México para protestar contra o alto custo de vida nas cidades-sedes da Copa do Mundo e o aumento da passagem de ônibus.
A polícia reforçou efetivo nesta noite para evitar confusão na saída dos torcedores que assistiram ao jogo pela Copa das Confederações.
O protesto ganhou volume às 15h, com os participantes tentando bloquear o acesso de torcedores ao estádio. O encontro com a PM resultou em confusão generalizada. Policiais atiraram balas de borracha e gás lacrimogêneo e de pimenta nos manifestantes.
Torcedores que não participaram da confusão acabaram sofrendo com o choque entre polícia e manifestantes. Várias pessoas chegaram ao estádio com lágrimas nos olhos e amedrontadas em virtude do gás lançado pela PM no entorno.
Um dos principais acessos ao Maracanã foi bloqueado pela PM (saída do metrô São Cristóvão), dificultando a entrada de torcedores de México x Itália. O Batalhão de Choque foi acionado para conter os manifestantes. A PM colocou barreiras para controlar entrada e saída de torcedores com ingresso.
Uma via precisou ser interditada pela PM para dispersar os manifestantes. O movimento foi previamente combinado em redes sociais. Um dos líderes do protesto, Adolfo Vieira Tavares conta que a ideia é reivindicar os direitos do povo mas sem vandalismo. Ele cita o reajuste na tarifa do transporte público no Rio, que passou de R$ 2,75 para R$ 2,95.
"A população está insatisfeita de forma geral com tudo o que acontece na política. A PM foi avisada de que haveria manifestação", informou o estudante de Direito.
Questionado sobre os protestos, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, disse que ainda é cedo para opinar sobre os protestos. "Deixa passar mais uns dias. Quero ter um quadro maior", afirmou ele, no Maracanã.
* Texto atualizado 17h54
**Colaborou Rodrigo Mattos, do UOL, no Rio de Janeiro