Relatora especial da ONU pelo Direito à Moradia Adequada, a arquiteta e urbanista da FAU-USP Raquel Rolnik demonstrou nesta sexta-feira preocupação com os despejos forçados por causa das obras para a Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíadas. Segundo ela, a retirada de moradores nem sempre é feita de forma correta, que pode estimular o crescimento de sub-moradias.

"A experiência mostra que, em muitos casos, os grandes eventos esportivos resultam em despejos forçados, varrendo operações de desabrigados e aumento do custo de moradia digna. A situação, infelizmente, não é diferente no Brasil. Em muitos casos, os moradores não foram consultados. Em outras ocasiões, a remuneração que recebem é tão pequena que resulta na criação de assentamentos informais", constatou Rolnik.

Nos últimos três anos, ela teria recebido diversos relatos de moradores desalojados em circunstâncias que descumprem as normas internacionais de direitos humanos. Outro motivo de estranhamento de Raquel Rolnik foi a quantidade de dinheiro investido para a realização dos eventos sem que houvesse um plano de realocação de famílias.

Em seu blog oficial, Rolnik divulga manifestações que denunciam estas violações de direitos e afirma ter apoio de diversas comunidades do Rio de Janeiro, como Morro da Providência, Santa Marta, Salgueiro, Indiana, Muzema, Vila Autódromo e Vila Recreio II.