A esperada entrevista coletiva do atacante Neymar, no início da tarde desta quinta-feira, mobilizou 174 jornalistas credenciados, recorde na temporada. Segundo a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), as entrevistas coletivas costumam atrair 130 profissionais, em média.

Este aumento de 30% pode ser creditado à presença de grande número de jornalistas estrangeiros - 17 apenas do Japão, três da Espanha e um, até, da Malásia, entre outros. "Sei que alguns não vão conseguir fazer perguntas, mas a gente fez o possível", desculpou-se Rodrigo Paiva, chefe da assessoria de imprensa da seleção brasileira.

Neymar atendeu a imprensa por 40 minutos. Respondeu a 26 perguntas de 22 repórteres. Apesar de dizer que tem "o dom da paciência", se cansou de falar sobre o mesmo assunto: a pressão que está sentindo neste momento. "Vou responder de novo", disse ao ouvir a quarta questão sobre o tema. A certa altura, Paiva tentou dar um alento ao jogador: "Ney, só mais um pouquinho".

O jogador estranhou uma pergunta sobre seus hábitos no videogame. Uma repórter coreana quis saber se Park, que atuou no Manchester United, era ainda o seu craque preferido no joguinho, mas Neymar disse que preferia o japonês Nakata.

Ao final da entrevista, houve um pequeno tumulto quando técnicos de equipes de TV subiram ao palco para fazer fotos com Neymar. Este momento de tietagem explícita destoou do clima geral. O atacante foi questionado até duramente por alguns repórteres, em especial sobre o seu jejum de gols na seleção e o seu desempenho abaixo do esperado até o momento.

Sem tradução simultânea, os jornalistas estrangeiros sofreram durante a entrevista. Ao final, vários buscavam traduzir as frases que gravaram do craque brasileiro. Essa etapa, sob o fortíssimo sol de Brasília.