Fifa aciona 100 empresas e cobra até bala de coco por propaganda irregular

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

A Copa das Confederações só começa no sábado, mas o cerco da Fifa à propaganda irregular ligada ao torneio está montado há pelo menos seis meses. Neste período, o setor de proteção a marcas da entidade já identificou uma centena de casos de uso sem autorização de símbolos do torneio e também da Copa do Mundo. O órgão, inclusive, já acionou todas as empresas responsáveis para que as possíveis irregularidades fossem corrigidas.

O número foi divulgado nesta terça-feira por Anke-Jan Bossenbroek, responsável pelo setor de proteção a marcas da Fifa. Na reta final da preparação do Brasil para a Copa das Confederações, ele disse que até uma fabricante de balas de coco que usava o símbolo da Copa do Mundo em sua embalagem já foi contatada pela entidade máxima do futebol.

"Nos últimos seis meses nós enfrentamos 100 casos de violações de marca e também marketing de emboscada", afirmou ele. "A grande parte, uns 80%, foi de pequenas empresas. A minoria foi de grandes companhias. Até agora, tudo foi resolvido com conversas. Não precisamos ir à Justiça, mas podemos ir."

De acordo com Bossenbroek e com o diretor de Marketing da Fifa, Thierry Weil, nenhuma empresa que não seja parceira oficial da Fifa tem direito a se associar à entidade ou aos seus torneios com fins comerciais. Portanto, não é permitido usar símbolos da Copa em suas campanhas ou produtos, anunciar em estádios do torneio, entre várias outras coisas.

Weil disse 20 empresas do mundo todo investiram cerca de R$ 3 bilhões para serem parceiros da Fifa na Copa das Confederações e Copa do Mundo. Para ele, não é justo que quem não investiu nada se beneficie da mesma forma. "Não queremos dizer que as pessoas não podem fazer o seu negócio, mas vamos proteger as pessoas que fazem parte do evento", afirmou.

Para garantir essa proteção, a Fifa tem uma equipe dedicada a monitoramento de campanhas, produtos e propaganda. A entidade também tem parcerias com órgãos do governo para proteger seus parceiros.

Produtos piratas, uso de irregular de marcas, fraudes relacionadas à Copa, tudo isso está no radar da entidade máxima do futebol. Weil ressaltou que o foco da entidade são as grandes grupos empresarias ou de contraventores que estejam se aproveitando dos eventos esportivos para se beneficiar.

"Claro que não conseguiremos estar em cima de tudo", explicou o diretor da Fifa. "Nossa atenção estão nas grandes ações irregulares, feitas de forma organizada."

Weil disse também que as restrições de propaganda também não visam restringir os negócios durante a Copa. Segundo ele, na Alemanha e na África do Sul, países-sede dos últimos Mundiais, houve controle semelhante. Mesmo assim, os negócios durante a Copa melhoraram.

Segundo Weil, na África do Sul, o governo informou que a Copa do Mundo de 2010 gerou quase R$ 12 bilhões em negócios (considerando o câmbio atual).

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