Jucilei esteve no Brasil na semana passada. Veio ouvir o sim de Camila, com quem se casou um dia antes de o Brasil vencer a França por 3 a 0. Agora, o ex-jogador do Corinthians vive a expectativa de ouvir outro sim, desta vez de uma voz grossa, com sotaque gaúcho. "O Felipão bem que podia falar sim para o meu nome, mas ele está mais duro de conquistar do que a Camila", comenta, entre risadas o volante do Anzhi, da Rússia.

Ele considera que houve uma pequena abertura quando Scolari, ao anunciar a lista de jogadores para a Copa das Confederações, disse que está analisando alguns nomes que atuam na Rússia e Ucrânia. "Nem sei se ele estava falando de mim, mas se ele está olhando alguém, vou me esforçar ainda mais para que me veja. É bom saber que o treinador não está se preocupando apenas com jogadores dos grandes centros".

Estar no Leste Europeu, para Jucilei, é como estar condenado ao ostracismo futebolístico e, por consequência, longe da seleção. "Se eu ainda estivesse no Corinthians poderia estar bem mais perto da seleção. É a segunda melhor situação, a primeira é jogar na Espanha, Inglaterra, Alemanha, nos grandes campeonatos. Os jogos passam na televisão e a exposição é grande, você pode fazer muito que nem é visto. Tomara que mude. Eu gostaria de disputar uma posição com o Fernando, do Grêmio."

Willian tem muito em comum com Jucilei. Os dois jogaram no Corinthians, os dois estão no Anzhi e os dois sonham com um telefonema da CBF. Willian já teve uma chance de deixar o Leste Europeu, mas não conseguiu concretizá-la. A culpa, segundo ele, é a rigidez dos dirigentes do Shakhtar Donetski, seu ex time na Ucrânia. "Tive propostas de times dos campeonatos mais fortes, mas nenhum aceitou pagar os 35 milhões de euros que o Shakhtar pediu. Por menos que a multa eles não liberaram. Só o Anzhi aceitou".

Ele pensou bem e aceitou sair, já de olho na seleção. "O Campeonato Russo tem mais visibilidade que o Ucraniano e o Hulk estava jogando aqui, no Zenit, e sendo convocado. Além do mais, o Anzhi não é tão duro para negociar como os ucranianos. Posso estar mais perto de uma outra transferência".

Meia no Corinthians, Willian está atuando como segundo atacante, ao lado do camaronês Samuel Etoo. "O Jucilei e o Diarra são os volantes, tem dois meias que jogam mais pelos lados do campo e eu fico à frente, com o Etoo. Estou me dando bem e dá para brigar por uma vaga com o Oscar".

Se Willian acredita em uma maior visibilidade por estar jogando o Campeonato Russo e não o Ucraniano, Mário Fernandes aposta que o título conseguido pelo CSKA pode deixá-lo mais perto do lugar que não aceitou quando estava no Grêmio e a seleção era dirigida por Mano Menezes.

É o que explica Jorge Machado, seu empresário. "O Mário é um bicho do mato, um cara que tem medo de jornalista, mas eu posso te garantir que ele abriu um sorriso enorme quando soube que o Felipão disse que estava olhando para Rússia e Ucrânia. Ele quer esquecer o passado e voltar. É um dos destaques do time, que também tem o Vagner Love, jogando muito bem".

Giuliano, que fez sucesso no Inter em 2010, foi quem saudou com mais entusiasmo as palavras de Scolari. "Sabe o que significa o que ele disse? Significa que é um cara sem preconceito, que olha o futebol de todo lado. Quando eu soube da declaração dele, imediatamente coloquei na minha cabeça que ainda tem vaga para 2014. E eu estou na briga, quero um lugar lá. Estou jogando na posição do Oscar e vou me preparar cada vez mais para chegar à seleção".

Ele atua no Dnipro, da Ucrânia, e foi o artilheiro do time no campeonato. Foi também o terceiro maior anotador do Campeonato Ucraniano. "Nós conseguimos a classificação para a Europa League e isso é uma chance a mais de mostrar serviço porque os jogos passam no Brasil. Aqui na Europa eu evoluí bem na marcação e tenho feito duas funções no time: jogo como meia pela direita no 4-2-3-1 e também como segundo atacante no 4-4-2".