Vaias à parte, Hulk ainda segue na montagem do quebra-cabeças de Scolari

Fernando Duarte

Do UOL, em Porto Alegre

  • Flavio Florido/UOL

    Hulk e seu futebol mais pragmático ainda são de utilidade para o esquema de Scolari

    Hulk e seu futebol mais pragmático ainda são de utilidade para o esquema de Scolari

Se Hulk hoje em dia já não pode transitar anônimo pelos aeroportos, seu futebol ainda parece ser um ilustre desconhecido da torcida brasileira. Sem a mesma badalação de companheiros de seleção e jogando no futebol russo, o atacante do Zenit de São Petersburgo tem apenas a chance de mostrar na seleção um futebol sem plástica, mas que tem prezado pela eficiência. Na partida contra a França, ele novamente foi um dos destaques do time, abrindo espaços e mostrando uma movimentação que causou muito mais preocupações que Neymar.

Fosse pela direita ou pela esquerda, Hulk usou seu vigor para tentar encontrar brechas numa França armada por Didier Deschamps de forma a esperar o Brasil para investir em contra-ataques. O chute de esquerda estava descalibrado, mas em vários momentos o paraibano se mostrou mais confortável em campo que a mais recente contratação do Barcelona.
 
Hulk teve uma grande chance logo no primeiro minuto do segundo tempo, quando recebeu um passe de Fred. Porém, estava no lado direito e não conseguiu se ajeitar o suficiente para usar a canhota. Quando foi substituído por Felipão aos 18 minutos, para a entrada de Lucas, a torcida já tinha gritado o nome do atacante do PSG algumas vezes. Ao contrário do que ocorreu no Rio, porém, Hulk não foi vaiado – talvez pelo fato do torcedor gaúcho ter mais apreço por jogadores "físicos".
 
Mas a saída de Hulk na verdade deixou o Brasil desequilibrado, sem a mesma presença no lado direito do campo. Especialmente porque Lucas teve dificuldades no duelo com o lateral-esquerdo francês, Jeremy Mathieu, de 1,92m.  O ex-sãopaulino acabaria conseguindo uma chance aos 39 quando cruzou da direita para iniciar a jogada do segundo gol. 
 
O fato de Lucas ter marcado o terceiro gol do Brasil pode até determinar o rumo do debate popular. Se deu subsídios suficientes para Felipão abrir mão de usar Hulk com uma espécie de aríete contra defesas mais fechadas é outra história. Principalmente quando o próximo adversário, já na estreia da Copa das Confederações, dia 15, é um Japão que pode ser intimidado com um pouco mais de robustez por parte do Brasil.

 

Veja também



Shopping UOL

UOL Cursos Online

Todos os cursos