Banho frio, areia em campo e filas intermináveis marcam 1º grande teste do Mané Garrincha

Aiuri Rebello

Do UOL, em Brasília

  • Pedro Ladeira/Folhapress

    Apesar de alguns problemas, partida ocorreu sem grandes incidentes no Estádio Nacional

    Apesar de alguns problemas, partida ocorreu sem grandes incidentes no Estádio Nacional

Terminou com uma reclamação de banho frio nos vestiários dos jogadores o primeiro grande teste do Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília. No último domingo, a arena recebeu o jogo Santos e Flamengo, pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro. A partida, que marcou a despedida de Neymar do clube da Vila Belmiro, terminou em 0 a 0.

Depois da jogo, durante coletiva de imprensa, os técnicos Muricy Ramalho e Jorginho reclamaram da falta de água quente. "O chuveiro estava gelado", disse Muricy, ao fazer uma ressalva nos elogios à arena, que receberá a abertura da Copa das Confederações no dia 15 de junho, com partida entre Brasil e Japão. "Só faltou banho quente no vestiário, eu tomei banho frio", também reclamou Jorginho, dizendo que o estádio era maravilhoso. Não foi o único problema.

Castigo

Ao longo de toda a semana passada, filas de até quatro horas castigaram os torcedores que queriam comprar ingressos para o confronto ou mesmo retirar seus ingressos adquiridos previamente pela internet. No dia do jogo, a situação se repetiu nos portões de acesso ao estádio, e a espera para conseguir entrar no Mané Garrincha chegava a uma hora e meia. Passada a fila dos portões, havia uma outra, para entrar na arena em si.

O funcionário público Antônio da Silva Neto, de 37 anos e 'flamenguista roxo', chegou ao estádio por volta das 15h. 30 minutos depois ele ainda estava longe de chegar ao portão que dava acesso às arquibancada: "Pô, estou achando que vou perder o começo do jogo [que começava às 16h]", disse. "Não sabia que ia ter essa fila para entrar. Fica a lição. Tenho que chegar bem mais cedo da próxima vez", resignou-se. Alguns torcedores só conseguiram entrar já com o jogo iniciado.

Os profissionais da imprensa que precisavam cobrir a partida de futebol também não escaparam das longas filas e agruras reservadas aos torcedores pela falta de organização na semana antes da partida. No sábado, véspera do jogo, a fila para retirar credenciais para o evento chegava a quatro horas.

Em campo, era possível ver que havia ainda muita areia, utilizada para nivelar o gramado, plantado com atraso e que ainda não está em condições ideais. No primeiro jogo do novo estádio, na semana anterior, entre Brasiliense e Brasília, a quantidade de areia em campo já havia atrapalhado os atletas.

Apesar dos problemas, transcorreu sem maiores incidentes e nenhum caso grave de violência o primeiro grande jogo no Mané Garrincha. Não havia divisão de torcidas na arquibancada, majoritariamente rubro-negra.

TORCIDA PAGOU R$ 160 PARA FICAR 4 HORAS NA FILA

  • Aiuri Rebello/UOL

    Quem comprou ingresso para assistir ao jogo de Santos e Flamengo, pagou, no mínimo, R$ 160, e também amargou, como os jornalistas, filas de quatro horas. LEIA MAIS

Ao todo, 63.501 pagantes compareceram ao estádio. Com ingressos de R$ 160 a R$ 400 (com meia entrada), obteve-se a maior renda absoluta na história do futebol brasileiro: R$ 6,9 milhões. Os torcedores que proporcionaram esta renda tiveram que voltar para casa na penumbra.

Ainda não há iluminação eficiente nos entornos do estádio. Ao se afastar algumas centenas de metros da arena para caminhar em direção ao setor hoteleiro, os torcedores são obrigados a passar por longos trechos com pouca ou nenhuma iluminação. Outros pormenores, como alguns banheiros com defeitos e longas filas nos bares e lanchonetes também atrapalhavam um pouco.

O jogo foi realizado simulando como funcionará a cidade durante os jogos da Copa de 2014: forte policiamento por todo o centro e ruas e avenidas fechadas para o tráfego de automóveis.

Para chegar ao estádio, havia algumas linhas de ônibus especiais, que levavam ao Centro de Convenções Ulysses Guimarães, ao lado, ou Parque da Cidade, também próximo. Apesar da opção, a maioria dos torcedores deixou o carro bem longe e chegou no estádio andando, o que também gerou reclamações.

O Mané Garrincha levou quase três anos para ser construído, tem capacidade para 72 mil torcedores e custou até agora R$ 1,5 bilhão, o dobro do previsto.

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