O técnico Luiz Felipe Scolari anuncia nesta terça-feira a lista de jogadores convocados para a Copa das Confederações, o primeiro torneio oficial na volta do comandante do penta. A tendência é que o gaúcho aproveite a base utilizada nos cinco jogos realizados no ano, que apresentaram ao torcedor uma seleção que dribla pouco e que deixa o adversário jogar.  

Até a lista desta terça, a segunda passagem de Felipão na seleção contabiliza cinco partidas, com uma derrota, três empates e uma vitória. E os números estatísticos acompanham a sensação de que algo não vai bem na trajetória para Copa.

Em cinco partidas sob o comando de Scolari, a seleção apresentou média de 11,6 dribles por jogo, a pior da equipe nacional nos últimos 15 anos, de acordo com balanço do Datafolha (ver tabela abaixo).

O levantamento aponta para um declínio gradual da seleção neste quesito, ladeira abaixo a cada troca de treinador, partindo da gestão de Luxemburgo no final dos anos 90.

No período analisado, a média de gols a favor de Felipão-2013 é a segunda pior (2 por jogo), à frente apenas do time de Emerson Leão (1,09). Dos trabalhos analisados, a atual equipe de Scolari é também a que menos finaliza (13,2 por partida), mas a variação neste fundamento não aparece tão relevante. 

Nas estatísticas, o ciclo que combina os trabalhos de Felipão e Mano Menezes apresenta uma tendência preocupante nos números de marcação, com os piores índices de desarme em 15 anos. Após a Copa de 2010 a seleção também caminhou para um perfil que pode indicar excelência de fair play ou então falta de combatividade, com baixa em número de faltas cometidas e cartões recebidos.

Com Felipão em 2013, pela primeira vez em 15 anos de análise do Datafolha a seleção apresenta média de gols sofridos superior a um por jogo. Todos os antecessores recentes no banco de reservas deixaram o cargo com balanço inferior a um gol contra.

Isso pode levar o torcedor a se perguntar se o futebol mundial mudou tanto assim, ou se o futebol brasileiro é que passou por uma transformação de identidade na última década. São questões que somente com os números não é possível responder agora.

Uma observação superficial na comparação entre a primeira e a segunda gestão de Felipão aponta para perfis distintos. Mas as pistas sobre qual o caminho a seleção está de fato trilhando aparecerão mais claramente nas próximas semanas.

O Brasil de Felipão estreia na Copa das Confederações no dia 15 de junho, em Brasília, contra o Japão. Na primeira fase do torneio ainda enfrenta as seleções de México e Itália.

Os eleitos na lista para a Copa das Confederações também defenderão a equipe nacional em dois amistosos de preparação, diante de Inglaterra (no Maracanã) e França (Arena Grêmio), ambos antes da competição da Fifa.

*médias por jogo, segundo o Datafolha