Balanço revela que Marin aumentou ajuda financeira a eleitores na CBF

Rodrigo Mattos

Do UOL, em São Paulo

  • Leandro Moraes/UOL

    Marin cumprimenta o aliado Del Nero: dupla de olho na sucessão na CBF

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Criticado por opositores e cercado por denúncias, o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), José Maria Marin, aumentou os favores financeiros para os eleitores, federações estaduais e clubes, que são responsáveis por eleger seu sucessor e fiscalizá-lo. É o que mostram os números do balanço da confederação, cujo pleito para presidente ocorrerá em 2014.

Pelo documento, a entidade deu R$ 27,195 milhões para as federações no ano passado, o que representa um aumento de R$ 11 milhões em relação ao que tinha sido dado em 2012. Esses números estão registrados no "programa de assistência técnica e financeira aos filiados (federações)". O ano passado teve a maior parte da gestão de Marin, que assumiu em março após a renúncia de Ricardo Teixeira.

Esse aumento deve-se a um reajuste na mesada dada pelo novo presidente às filiadas: agora recebem cerca de R$ 50 mil mensais. No total, o incremento no valor para as entidades é de 63%, bem acima do crescimento na renda da confederação. A receita saltou 20% em 2012, atingindo R$ 360 milhões.

As federações aprovaram as contas do presidente Marin em assembleia na terça-feira. Havia uma acusação feita pela "Folha de S. Paulo" de superfaturamento da sede da entidade. O presidente da CBF rejeitou a denúncia e teve o apoio dos outros cartolas.

Em outro item, o balanço mostra o aumento do endividamento dos clubes com a CBF. É registrado que as agremiações passaram a dever R$ 50,2 milhões para a confederação, um aumento de R$ 3,3 milhões em relação a 2011.

O incremento é de 7%, acima da inflação de 5,84% medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Isso significa que, pelo menos, não houve pagamento de débitos por parte das agremiações durante o ano de 2012. O débito das federações caiu, quase zerando os R$ 500 mil anteriores. Mas a queda é bem inferior ao saldo da ajuda financeira que foi recebida da confederação.

José Maria Marin, presidente da CBF
José Maria Marin, presidente da CBF

Em 2012, Marin ainda deu aumentos para funcionários da entidade, principalmente diretores, e pagou salários para o ex-presidente Ricardo Teixeira. Como o resultado, as despesas com pessoal atingiram R$ 50,6 milhões, um aumento de 51% em relação a 2011, também bem superior ao incremento da receita. Funcionários como Carlos Eugênio Lopes (diretor jurídico) e Antônio Carlos Osório (financeiro) também são responsáveis por referendar o trabalho do presidente.

Para as eleições de 2014, o candidato de Marin é Marco Polo Del Nero, vice da CBF e que também é presidente da Federação Paulista de Futebol. Há a forte possibilidade de um candidato de oposição, já que o ex-diretor da confederação Andres Sanchez, por exemplo, está contra a atual diretoria da entidade.

O UOL Esporte procurou a assessoria da confederação, que não retornou ligação nem respondeu perguntas enviadas.

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