FBI expande investigação sobre cartola da Fifa e tem testemunha-chave
Do UOL, em São Paulo
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Luis Acosta/AFP Photo
Jack Warner, Vice-presidente da Fifa deixa o cargo e se livra de acusações de fraude e corrupção
O FBI (Polícia federal Norte-Americana) expandiu sua investigação sobre um cartola da Fifa e obteve a ajuda de uma testemunha-chave, segundo a agência Reuters. Os alvos da polícia são Chuck Blazer, representante dos EUA no Comitê Executivo da entidade, e Jack Warner, ex-dirigente da cúpula da organização e membro do governo de Trinidad-Tobago.
É justamente o filho de Jack Warner, Daryan Warner, quem aceitou colaborar com o FBI a respeito dos negócios envolvendo a Concacaf (Confederação Caribenha, da América Central e Norte), que era controlada pelos dois cartolas então no topo da Fifa. Jack Warner realizou pagamentos da confederação continental com empresas em paraísos fiscais. Blazer também está ameaçado de exclusão da Fifa, já que é questionado pelos membros da Concacaf por esses negócios.
O FBI investiga supostos pagamentos de US$ 500 mil de confederações de futebol caribenhas para contas de Blazer. Então, Warner era o presidente da entidade. Depois, eles brigaram quando o próprio Blazer investigou e fez acusações contra Warner de que ele teria subornado dirigentes na eleição para presidente da Fifa. em 2011. Isso gerou a exclusão da Fifa de Jack Warner, inimigo político de Joseph Blatter.
A política americana apura se houve crimes fiscais e de fraudes nos pagamentos ao dirigente norte-americano da Fifa. Para isso, receberá a ajuda de Daryan Warner. Além disso, os policiais também foram ouvir o jornalista britânico Andrew Jennings, maior crítico da cúpula da Fifa. Ele lhes forneceu documentos sobre transações financeiras de dirigentes da entidade, segundo a Reuters.
Tanto Blazer quando Warner não falaram com a agência de notícias. Mas o dirigente americano já negou ter feito qualquer negócio irregular. Afirmou que os pagamentos foram referentes a dívidas da entidade com ele, e reafirmou a regularidade da transação. O cartola caribenho, por sua vez, afirmou em seu país que "não tem motivos para abaixar a cabeça".