Ronaldinho ressurge pela quinta vez na seleção após fracasso em 2006

Fernando Duarte e Paulo Passos

Do UOL, em Londres

  • Mowa press/Divulgação

    Ronaldinho Gaúcho protege a bola durante vitória do Brasil sobre a Bósnia

    Ronaldinho Gaúcho protege a bola durante vitória do Brasil sobre a Bósnia

Melhor jogador do mundo, comparado a Pelé, recém-vencedor da Liga dos Campeões, Ronaldinho Gaúcho começou a Copa de 2006 como o craque da vez. Ninguém era tão apontado como "o cara" daquele Mundial como o "Dentuço". O que todos previam, porém, não aconteceu. O Brasil e, principalmente, o seu camisa 10 fracassaram. Quase sete anos depois, a seleção parece ainda esperar que o ex-melhor jogador do mundo seja a solução para os seus problemas.

Nesta segunda-feira, Ronaldinho chegará a Londres como uma das principais estrelas da nova seleção de Luiz Felipe Scolari. Na próxima quarta, contra a Inglaterra, às 17h30 (horário de Brasília), em Wembley, ele deverá jogar a sua centésima partida com a camisa da seleção.

O amistoso marca a quinta ressureição do meia-atacante desde a queda em 2006. Com Dunga e Mano Menezes, ele foi esquecido, depois chamado e,por fim, descartado (veja o quadro abaixo).

"As oportunidades foram dadas, mas não tenho nada a falar dele. Ele não teve atitude", disparou Dunga, em entrevista ao Esporte Interativo, após deixar a seleção.

Mano não pensa diferente. O  técnico confidenciou ao UOL Esporte que não via reação no jogador, que foi chamado para seis partidas na gestão do antecessor de Felipão.

Segundo ele, meia-atacante já não tinha ambição ou "fome", na linguagem do futebol, e não respondia a uma chamada de atenção nem a estímulos positivos, como ser escalado para liderar a equipe como capitão.

De volta à seleção, Scolari apostou novamente em Ronaldinho como parceiro de Neymar. "Espero que eles joguem o futebol que sabem jogar. São craques. Eu quero que eles joguem futebol, mas quero também comportamento, atitude e que sejam responsáveis", afirmou o treinador. 

A PRIMEIRA CHANCE COM DUNGA, MAS SEM A CAMISA 10

  • Dunga chegou prometendo mudanças. Como primeiro ato, cortou as estrelas derrotadas na Copa de 2006. Ronaldinho entrou na lista dos "queimados". O castigo durou até a 1ª derrota, contra Portugal, em fevereiro de 2007. No jogo seguinte, contra o Chile, o Dentuço ganhou a sua primeira chance. Fez gol de pênalti no 4 a 0, mas a partida ficou marcada pelo recado dado pelo técnico. Com ele, Kaká era o camisa 10, simbólica numeração que vinha sendo usada pelo Dentuço até 2006. No mesmo ano, ele pede para não jogar a Copa América. Mesmo assim, segue sendo chamado para a seleção e volta a usar a camisa 10.

DUNGA ENGOLE SAPO E DENTUÇO DECEPCIONA NA CHINA

  • Em baixa no Barça, onde foi rei, Ronaldinho vai para o banco de reservas no primeiro semestre de 2008. Mal fisicamente, deixa de ser chamado na seleção. Mesmo após vencer a Copa América, o time de Dunga não convence e após empates contra a Bolívia e Argentina é vaiado no Mineirão. Ricardo Teixeira se encontra com o jogador e acerta seu retorno ao time para as Olimpíadas de Pequim. Dunga aceita a imposição do chefe, mas vê um Ronaldinho já sem o brilho de antes ser derrotado na China para o seu antigo pupilo Lionel Messi.

DENTUÇO VIVE MAIOR JEJUM DE SELEÇÃO

  • Mesmo após a derrota nas Olimpíadas, Ronaldinho segue nas listas de Dunga até março de 2009. Porém, não entra na convocação para as rodadas das Eliminatórias da Copa, contra Peru, em abril, e Uruguai, em junho. Sem o Dentuço, o Brasil venceu as duas, sendo que contra os uruguaios goleou por 4 a 0, em Montevidéu, um dos resultados mais simbólicos do sucesso da era Dunga. Com o técnico, Ronaldinho nunca mais foi chamado e viveu o seu maior jejum de seleção, ficando mais de um ano e meio sem vestir a camisa verde e amarela.

QATAR COMPRA RONALDINHO X MESSI

  • Prometendo renovação, Mano Menezes não inclui Ronaldinho nos seus planos nas primeiras partidas à frente da seleção brasileira. Em novembro de 2010, porém, o meia-atacante tem um retorno surpreendente ao time nacional. Em baixa no Milan, ele chamado para o amistoso contra a Argentina, em Doha, no Qatar. A presença do ex-melhor do mundo foi uma exigência dos organizadores locais que queriam ver o duelo Messi x Ronaldinho. Assim, como nas Olimpíadas, o argentino levou a melhor e marcou o único gol da partida.

DE SALVADOR DA PÁTRIA A "SEM REAÇÃO"

  • Pressionado pelo fracasso na Copa América, Mano Menezes apostou em Ronaldinho Gaúcho. Camisa 10 e capitão, ele foi chamado para o Superclássico das Américas e venceu. Depois, contra o México fez talvez a sua melhor partida na seleção desde 2006, sendo decisivo e marcando gol em uma vitória de virada por 2 a 1. A empolgação durou pouco. Mesmo vencendo a Bósnia no primeiro jogo de 2012, Mano não perdoou a apatia do seu camisa 10. O técnico decretou, então, que, com ele, o Dentuço não voltaria à seleção.

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