Inspirado pela Europa e orientado por Parreira, Felipão adota linha "high tech" na seleção

Pedro Ivo Almeida e Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • Júlio César Guimarães/UOL

    Luiz Felipe Scolari gesticula durante anúncio de sua primeira convocação, no Rio de Janeiro

    Luiz Felipe Scolari gesticula durante anúncio de sua primeira convocação, no Rio de Janeiro

Em sua primeira convocação após voltar à seleção brasileira, o técnico Luiz Felipe Scolari não gostou de uma pergunta de um jornalista sobre uma suposta "evolução no futebol". Segundo ele, o jogo não mudou tanto assim desde 2002, ano no qual o Brasil, com Scolari no comando, ganhou a Copa do Mundo da Coreia do Sul e do Japão.

O próprio Felipão, entretanto, deu na terça-feira sinais que sua forma de trabalhar já não é mais a mesma. De volta à frente da comissão técnica do Brasil, Scolari é hoje mais "europeu" e cada vez mais aberto a novas tecnologias.

Prova disso é a incorporação de um analista de desempenho na comissão técnica da seleção. Será a primeira vez que Felipão, no Brasil, terá em sua equipe uma pessoa responsável por produzir vídeos e computar estatísticas de seu time e adversários.

Profissionais com esse perfil só tinham sido usados pelo técnico em sua passagem pela Europa, enquanto ele trabalhou no clube inglês Chelsea e na seleção portuguesa. Nem no Palmeiras, seu último clube antes de voltar à seleção, Felipão tinha em sua comissão um integrante tão ligado à inovação no futebol.

Na era Mano Menezes, a seleção já contava com um analista de desempenho. Rafael Vieira, que tinha trabalhado com o técnico no Grêmio e Corinthians ocupava o cargo. Em março de 2012, a CBF adquiriu um aplicativo da empresa americana Sportstec, líder no mercado de softwares para análise de desempenho esportivo.

Com Felipão, quem assumirá a função de analista de desempenho é Thiago Larghi, de 32 anos. Larghi é formado em Educação Física e trabalha com Carlos Alberto Parreira há seis anos, sempre o auxiliando em palestras sobre recursos tecnológicos para técnicos.

Larghi foi indicado pelo próprio Parreira para a comissão técnica da seleção. Na terça-feira, assistiu à convocação e deu sua primeira entrevista como funcionário da CBF. "Meu trabalho é separar lances, registrar dados sobre tudo. Assim, posso mostrar os pontos fortes e fracos do time", explicou ele.

O analista de desempenho confirmou que seu trabalho está mesmo muito ligado à tecnologia. Ele disse que nem soube se Felipão já trabalhou com algum profissional como ele.  Em sua primeira reunião com o técnico, porém, realizada na última segunda-feira, Larghi disse que Scolari se mostrou interessado nos dados.

"Ele já pediu para que eu separasse coisas da Inglaterra", disse o analista, sobre o primeiro adversário da seleção no ano. "Depois do primeiro jogo, também vamos começar a levantar lances e dados de cada jogador convocado."

Perguntado sobre o assunto, Parreira minimizou a mudança no estilo de Felipão. Apesar disso, ele ressaltou a importância da tecnologia no futebol de hoje. "É importante. Larghi é muito profissional e seus dados vão ajudar muito."

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