Impacto de chuvas torrenciais de surpresa nos gramados preocupa organizadores da Copa
Rodrigo Mattos
Do UOL, em Zurique (SUI)
Com a maioria dos estádios da Copa-2014 além da metade da obra, o COL (Comitê Organizador Local) reforça sua atenção em relação a pontos importantes das fases finais de construção como os gramados. E há uma preocupação entre os organizadores da competição em relação ao impacto de chuvas de surpresa nos campos do Mundial.
Explica-se: após estudos sobre as condições das cidades-sedes, o comitê e a Fifa recomendaram a implantação de uma grama do tipo bermuda (tropical) e a drenagem a vácuo. Esse sistema dá um capacidade de escoamento quatro vezes mais rápido do que o normal. Era um pedido para que fosse implantado, mas não uma obrigação.
Obras da Copa
Mas nem todos os estádios seguiram essa recomendação por conta do preço. A drenagem convencional custa R$ 1,5 milhão e a vácuo pode sair por até quádruplo deste valor. Assim, por exemplo, o Maracanã não deve usar esse sistema de drenagem.
O estádio carioca e outras sedes argumentam que normalmente têm temporadas secas durante o período da Copa das Confederações e da Copa do Mundo. Por isso, uma drenagem convencional é o suficiente para evitar campos encharcados.
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Dentro do COL, há um temor de que grandes volumes de chuva inesperados para o inverno provoquem um problema nos campos durante o Mundial. A argumentação é de que um campo encharcado em um jogo de Copa será um vexame que atrapalhará a imagem do evento.
Na África do Sul, de fato, houve muitas críticas aos gramados. Mas o motivo era oposto. A falta de chuva deixou os campos secos demais e afetou a grama.
A questão dos gramados tem sido tratada intensamente pelo comitê organizador desde o início do ano. Mas ganha especial atenção agora que os gramados estão próximos de serem plantados pelo menos nos estádios que receberão a Copa das Confederações. A partir da sua instalação, não haverá mais como mudar a drenagem para o Mundial.