Ricardo Teixeira deixou CBF por saber que documentos que o incriminam seriam divulgados

Carlos Padeiro e Paulo Passos

Do UOL, no Rio de Janeiro e em São Paulo

  • Rafael Andrade/Folha Imagem

    Ricardo Teixeira deixou CBF em março

    Ricardo Teixeira deixou CBF em março

Os documentos divulgados pela Fifa na última quarta-feira explicam a decisão tomada por Ricardo Teixeira de renunciar ao cargo de presidente da CBF em março deste ano, após mais de duas décadas à frente da entidade. O cartola, que ainda tentava impedir com ações de seus advogados a divulgação do dossiê que comprova seu envolvimento com o caso de corrupção na Fifa, sabia que detalhes do processo seriam divulgados.

Foi justamente por isso que Teixeira abandonou as presidências da CBF e do Comitê Organizador Local da Copa de 2014. Segundo pessoas próximas ao dirigente, a estratégia de sair pelas portas dos fundos e se esconder em Miami deu certo, já que com a medida ele teria conseguido "blindar as entidades" nacionais.

José Maria Marin entrou no lugar de Teixeira, que continua tendo voz na CBF. Desde que deixou a presidência, o cartola mantém contato com os atuais dirigentes e recebe um salário de R$ 105 mil como assessor especial. O ex-presidente da CBF vive hoje em Miami com a família.

Mesmo sabendo que as provas que ele recebeu propinas milionárias da ISL seriam revelados, Teixeira tentava postergar ao máximo a divulgação. No final de junho, advogados do cartola tentaram barrar com uma liminar a decisão do Tribunal Federal da Suíça de revelar aos jornalistas os dados coletados pela promotoria do Cantão de Zug. A medida não foi aceita e os documentos se tornaram públicos.

A divulgação contou também com apoio da Fifa, presidida por Joseph Blatter, um ex-aliado do brasileiro. Foi a entidade máxima do futebol que publicou em seu site, na última quarta-feira, o documento de 42 páginas que expõem o esquema de corrupção montado pela dupla Ricardo Teixeira e João Havelange.

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