Deputados aprovam mais liberdade para TVs locais na Copa de 2014 e impõem derrota à Globo

Maurício Savarese

Do UOL, em Brasília

Após um acordo entre as bancadas, a comissão especial que avalia a lei Geral da Copa do Mundo de 2014 decidiu nesta terça-feira (6) derrubar do texto a obrigação de exibição simultânea da cota diária de 3% do tempo dos jogos do mundial a ser cedida a concorrentes da TV Globo. A medida foi proposta pelo PRB, partido aliado à Igreja Universal do Reino de Deus, ligada à TV Record.

Dessa forma, retransmissoras locais poderiam editar material próprio sobre as partidas, o que, na prática, ampliaria seu tempo de exposição de imagens da Copa do Mundo. Se o texto original fosse mantido, as concorrentes da Globo teriam um tempo de aproximadamente 2 minutos e 40 segundos para exibição diária de imagens coletadas nas partidas.

Com a extensão desse tempo por conta das retransmissoras, como previa a primeira versão do relatório, esse tempo vai dobrar. O argumento do PRB é que diferentes Estados podem ter interesses específicos nas partidas e que as redes locais teriam prejuízos com propaganda.

A primeira versão do relatório do deputado Vicente Cândido (PT-SP) não contava com a exigência de transmissão simultânea - o que acabaria permitindo que apenas programas de abrangência nacional das concorrentes da Globo exibissem material de vídeo coletado durante das partidas da Copa.

Na semana passada, a Record emitiu um comunicado oficial protestando contra o acordo que dá à Globo o direito de transmitir as Copas de 2018 e 2022. Segundo a emissora paulista, a Fifa descumpriu a promessa feita de abrir uma licitação pública e fechou um compromisso não transparente, por isso a briga pode até parar na Justiça.

A comissão ainda vai decidir sobre o tema mais polêmico da lei Geral da Copa: a venda de bebidas alcóolicas em estádios durante o mundial.



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