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Copa 2018

Willian "elege" Tite capitão para a Copa e revela segredo do técnico

Willian, do Chelsea, em entrevista exclusiva para o UOL em Londres - Caio Carrieri/UOL
Willian, do Chelsea, em entrevista exclusiva para o UOL em Londres Imagem: Caio Carrieri/UOL

Caio Carrieri

Colaboração para o UOL, de Londres (ING)

03/11/2017 04h00

A oito meses da Copa do Mundo de 2018, Willian já tem o seu candidato favorito à capitão da seleção brasileira: o técnico Tite, que promoveu rodízio da braçadeira nas Eliminatórias e indicou que manterá o sistema no Mundial. Claro que o treinador não poderá ostentar o posto na Rússia, mas esse é o desejo utópico do meia-atacante do Chelsea, que recebeu o UOL Esporte em sua casa em um bairro nobre da zona oeste de Londres.

A declaração do jogador surpreende não só pela impossibilidade do comandante de exercer o posto, mas também por ter sido Tite quem o demoveu a titularidade no Brasil para a entrada de Philippe Coutinho. Intocável com Dunga, o meio campista perdeu a posição para o colega do Liverpool logo no terceiro jogo da então nova comissão técnica, na goleada por 5 a 0 sobre a Bolívia, na Arena das Dunas, em Natal (RN), no começo de outubro de 2016, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018.

Neste trecho específico da entrevista exclusiva, Willian conta por que Tite conquistou o grupo de jogadores tão rapidamente, explica como ele vê seu amigo e vizinho David Luiz fora das convocações e ainda relata o que espera do que deve ser a sua segunda Copa da carreira. Na primeira parte, o brasileiro fala sobre o sofrimento com a morte da mãe e revela que vê o agente Kia Joorabchian como um "segundo pai".

Qual o tamanho da ansiedade para a Copa da Rússia?

Está grande, porque queremos fazer diferente. Futebol é bom porque sempre existe a chance de dar a volta por cima. Acho que passou rápido da última Copa para cá. Depois da última, passamos por um momento bem complicado, recebemos muitas críticas, mas hoje o cenário da seleção é totalmente diferente, com o apoio do torcedor, da imprensa. Esperamos poder fazer uma grande Copa do Mundo. A seleção vem muito forte com o Tite. Antes às vezes faltava informação para todo mundo saber o que fazer dentro de campo, hoje temos vários detalhes em vídeo. Isso faz diferença no futebol, e o trabalho da comissão técnica vem sendo fundamental.

O que o Tite passou a mostrar exatamente?

Ideias táticas, de como nos posicionar no tiro de meta adversário, orientação de quem vai subir na primeira bola, como vamos disputar a segunda bola. Coisas simples, mas que têm feito a diferença para nós dentro de campo

Embora exista o rodízio de capitães, quem você escolheria para 2018?

O Tite (risos). Se ele pudesse entrar em campo ou se o treinador tivesse essa permissão, escolheria ele

Por quê?

É um cara diferenciado pela forma como ele conversa com os jogadores, como ele passa as ideias, da maneira que ele trabalha, a honestidade que tem. Consegue gerir bem o grupo e passa confiança para todos os jogadores. Se alguém errar, ele assume, porque gosta que o time jogue com liberdade.

O curioso é que você fala isso do técnico que te tirou do time para colocar o Coutinho.

Esse não é só o meu pensamento, vejo isso nos outros jogadores também. Ele se preocupa mais com quem não joga.

O seu vizinho, David Luiz, foi eleito para a seleção do Campeonato Inglês da temporada passada, mas não vem sendo convocado. O que pensa?

É um grande amigo, realmente vem jogando muito bem, fico triste por ele não estar na seleção, mas a decisão é do treinador. E ele (David) sabe disso também. Se ele se desmotivar, vai ser pior. Tem de continuar trabalhando e com esperança de poder ser chamado mais para frente.

Você já jogou na Rússia pelo Anzhi. Teme sofrer racismo na Copa?

A preocupação tem de existir, mas tem racismo em todo lugar. Isso não vai atrapalhar o ambiente que vai ser criado na Copa do Mundo. Tem tudo para ser um evento maravilhoso. Muitas pessoas vão para desfrutar esse momento e aproveitar o futebol.

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