Siphiwe Sibeko/Reuters

Estádio Soccer City ainda em obras antes da Copa do Mundo da África do Sul

12/07/2010 - 11h14

Gastos com estádios ainda causam polêmica na África do Sul

Das agências internacionais
Em Johanesburgo (África do Sul)

Os estádios utilizados na Copa do Mundo da África do Sul podem ter impressionado o mundo do esporte com o estilo audacioso que foram feitos, mas ainda causam muitas críticas que se baseiam nos contrastes de tantos gastos para país em desenvolvimento.  

Dos dez estádios, cinco são novos e um, o carro-chefe Soccer City, em Johannesburgo, foi completamente remodelado. Quando a África do Sul ganhou o direito de sediar o torneio há seis anos, o orçamento para os estádios foi de 396 milhões dólares. Depois de incluir duas arenas e alguns incrementos estruturais, o valor subiu para de 18 bilhões.

"As pessoas estão sentadas na Dinamarca, na França e no Reino Unido, dizendo: 'Esse estádio parece um inferno de muito melhor do que qualquer coisa que nós temos aqui, e olha como ele funciona'", disse John Mackie, chefe de investimentos da Africano Stanlib, empresa de gestão dos estádios.

Contudo, a questão que prevalece é se a África do Sul poderia pagar as construções quando tem milhares de pobres e problemas com uma das maiores desigualdades sociais do mundo, além de mencionar uma pandemia de HIV. Parte da população desaprova o custo das arenas.

"Você vê o quanto gastamos em construção de estádios, mas, após a Copa do Mundo, no quê isso vai nos beneficiar? Existem ainda tantos problemas, falta de emprego, pessoas que vivem em barracas...", disse Siyabonga Zulu, 35, um desempregado de Soweto.

Mas outra parte dos sul-africanos vê os estádios como muito mais do que simples espaços desportivos, mas como uma maneira de inverter as imagens que ainda ‘queimam’ o continente. Mesmo otimistas com as arenas, os locais receiam que os estádios se tornarem "elefantes brancos." Contra isso, as autoridades locais dizem que há planos de gestão para todos os estádios, que devem receber shows, encontros religiosos e similares, além dos esportes.

Enquanto a maioria dos especialistas acredita que Durban, Cidade do Cabo e Johanesburgo têm boa chance de conseguir um futuro devido ao seu potencial turístico, Nelspruit, Polokwane e Port Elizabeth possivelmente irão lutar para ganhar dinheiro com as contruções.

Os defensores dos estádios grandiosos dizem que são uma parte essencial de um dos maiores benefícios que a Copa do Mundo, o embelezamento da África do Sul para investimentos de longo prazo que acabará por pagar os custos.

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