11/07/2010 - 07h02

Xavi almeja título da Copa para turbinar chances de consagração individual

Alexandre Sinato, Bruno Freitas e Mauricio Stycer
Em Johanesburgo (África do Sul)

Xavi não tem faro de goleador nem protagoniza lances espetaculares, mas é quem faz a Espanha jogar. O meia é o verdadeiro motor da finalista da Copa do Mundo. Praticamente todas as jogadas passam por seus pés. Perto do inédito título para seu país, o camisa 8 vê na possível conquista o empurrão que pode ser decisivo para a consagração individual que ele persegue há anos.

Nos últimos dois anos Xavi foi finalista do prêmio da Fifa de melhor jogador do mundo. Ficou em quinto lugar em 2008 e em terceiro na temporada seguinte. Agora ele quer o troféu da Copa do Mundo para encurtar o caminho até o título individual.

Criado em 1991, o prêmio da Fifa sempre premiou jogadores campeões do mundo nos anos de Copa. Romário faturou em 1994, Zidane levou a melhor em 1998, Ronaldo abocanhou seu terceiro troféu em 2002 e o italiano Cannavaro comemorou o rótulo em 2006, depois de levar a Azzurra ao tetracampeonato.

Os meses que antecederam o Mundial também favoreceram Xavi, campeão espanhol pelo Barcelona. E boas atuações pelo clube têm tanta importância quanto o título da Copa.

Quanto ao desempenho no Mundial da África do Sul, Xavi pode ficar tranquilo. Ele não fez nenhum gol, missão concentrada principalmente em David Villa. Mas Xavi lidera inúmeras estatísticas da Fifa. Os dados mostram que o estilo de jogo da Espanha seria inviável ou pouco produtivo sem o camisa 8 em campo.

Até as semifinais, Xavi foi quem mais deu passes no total (570), foi quem mais acertou tal fundamento (464), foi quem mais bateu escanteios (39). Ainda é o líder em todos os tipos de passes (curtos, médios e longos) e é o jogador que mais correu com a posse de bola, percorrendo um total de 32,07 km, além de ser o quarto “corredor” no geral.

As boas atuações na Copa renderam até elogios do maior ídolo da Holanda, adversário na final deste domingo, às 15h30 (de Brasília), no Soccer City. Johan Cruyff elegeu Xavi o melhor jogador do torneio, superando os holandeses Robben e Sneijder.

“Como meio-campista e organizador, para a imprensa e torcida, Xavi sempre está na sombra de Messi e dos ‘Ronaldos’ [Ronaldinho Gaúcho e Cristiano Ronaldo]. Ele merece o prêmio de melhor da Copa, não importa se ganhará ou perderá a final”, opinou o líder da Laranja Mecânica nos anos 70.

Xavi está entre os dez indicados ao título de melhor da Copa, junto com os compatriotas Iniesta e David Villa. Também concorrem os holandeses Sneijder e Robben, os alemães Özil e Schweinsteiger, o uruguaio Forlán, o argentino Messi e o ganense Gyan. Pode ser o primeiro de muitos prêmios de Xavi. Mas a final da Copa será, sim, decisiva para isso.
 

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