Ricardo Nogueira/Folhapress

Kuyt consola Sneijder após a derrota da Holanda na final da Copa

11/07/2010 - 21h12

Burocrática, Holanda de 2010 iguala decepções de talentos do passado

Do UOL Esporte
Em São Paulo

Johan Cruyff, Marco Van Basten e Dennis Bergkamp podem ter jogado mais bola do que Sneijder, Robben e Van Persie. Neste domingo, os craques do passado quase foram ofuscados por uma geração mais pragmática. No entanto, a seleção holandesa de 2010 teve o mesmo fim do “carrossel holandês” da década de 1970.

NOVOS ÍDOLOS REPETEM VICE

  • Flávio Florido/UOL

    Candidato a melhor do mundo, Sneijder amargou o terceiro vice da Holanda, que segue sem título

  • Robben, que teve a chance de marcar o gol da vitória, é outro ídolo que será marcado pelo "quase"

Depois da derrota na prorrogação para a Espanha na decisão do Mundial, a Holanda tornou-se a primeira seleção a ser três vezes vice-campeã sem nunca ter conquistado um título. O fracasso aconteceu ao mesmo tempo em que a seleção de Bert van Marwijk teve quebrada uma invencibilidade que era de 25 jogos.

Assim, mesmo apostando na disciplina tática e em um estilo de jogo mais burocrático, Sneijder e companhia serão lembrados por derrota em final de Copa, assim como a Laranja Mecânica de Cruyff e Neeskens, vice-campeã em 1974 e 1978.

Se fosse campeã, a Holanda de 2010 poderia deixar para trás em importância histórica a geração de Gullit e Van Basten, marcada pela decepção no Mundial de 1990, mas vencedora da Eurocopa de 1988.

Assim, o time de Van Marwijk deixou de cobrar uma “dívida histórica” pelos fracassos das gerações passadas, e só aumentou a fama de “amarelona” da seleção holandesa, que vem desde a década de 70.

Esse estigma continuou nas Copas de 1994 e 1998, com nomes como Frank Dennis Bergkamp e Patrick Kluivert. Eles deram trabalho para o Brasil nesses dois Mundiais, mas ficaram pelo caminho.

A consagração holandesa quase veio com a disciplina tática inversa ao “futebol total” que tornou a Laranja Mecânica temida entre as seleções. Sem encantar como Cruyff, e sem fazer golaços como os de Van Basten, Sneijder e Robben chegaram até mais perto da taça, mas foi só.

ÍDOLOS DA HOLANDA QUE TAMBÉM FRACASSARAM NA COPA

CRUYFF

Ele foi um dos maiores jogadores europeus de todos os tempos. Mas foi anulado na decisão de 1974 e ficou sem título pela seleção.
NEESKENS

O versátil meio-campo fez um gol na final de 1974, e também participou da decisão de 1978, sem sucesso em ambas.
GULLIT

Encantou o mundo levando a Holanda à sua maior glória futebolística: a conquista da Eurocopa de 1988. Mas sumiu na Copa de 1990.
V. BASTEN

Ganhou a Bola de Ouro três vezes, em 1988, 1989 e 1992. Mas não chegou nem perto da Taça Fifa - ficou nas oitavas em 1990, derrotado pela Alemanha.
RIJKAARD

Além da Copa de 1990, também esteve no grupo que perdeu para o Brasil em 1994. Virou lenda como volante, e ganhou títulos como técnico.
BERGKAMP

Depois de Van Basten, coube a ele assumir o posto de craque do time nas Copas de 1994 e 1998. Fez 6 gols nas duas edições e foi a uma semi.

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