Arquivo/EFE

Luís Pereira foi expulso, e Holanda eliminou o Brasil na Copa de 1974

09/07/2010 - 07h01

Vítimas da Laranja Mecânica em 1974, brasileiros apostam na Espanha

Carlos Padeiro
Em São Paulo

Assim como perdeu para a Holanda na África do Sul há uma semana, o Brasil também foi vítima da famosa Laranja Mecânica na Copa de 1974. Para os brasileiros que sucumbiram naquela época, a equipe liderada por Cruyff era melhor técnica e individualmente, enquanto a atual ficou disciplinada e objetiva.

Por isso, o ex-zagueiro Luís Pereira, o ex-lateral-direito Zé Maria, o ex-meio-campista Paulo Cesar Carpegiani e o técnico Zagallo veem a Espanha com mais qualidade e a apontam como favorita para a decisão de domingo.

“Não tem comparação entre o atual time holandês e o de 74. São estilos completamente diferentes. Aquela Holanda tinha um grande jogador em cada posição, era mais veloz, mais técnica. O time desta Copa é limitado tecnicamente, embora taticamente seja bem armado", opinou Carpegiani, camisa 17 do Brasil no Mundial da Alemanha e hoje técnico do Atlético-PR.

L. PEREIRA - BEQUE EM 1974

O time de 74 assombrou todos nós pelo carrossel. Os holandeses de hoje conhecem bem o futebol espanhol. Vejo uma ligeira superioridade dos espanhóis, mas em final de Copa tudo pode acontecer

"Claro que se trata de uma final e tudo pode acontecer, mas vejo os espanhóis como favoritos, por terem um time mais técnico, que toca muito bem a bola e tem sempre o controle do jogo", completou.

Para Zagallo, a Laranja Mecânica do técnico Rinus Michels foi a melhor Holanda que ele viu jogar. Os europeus entraram para a história com o famoso “carrossel”, pois seus atletas não guardavam posição definida.

“Nenhuma Holanda se iguala àquela. Eram jogadores técnicos, habilidosos, craques de um modo geral e inteligentes, com uma movimentação tática que até hoje ninguém conseguiu repetir, porque foi uma geração fantástica. Um time que deixou saudades. A seleção de hoje é boa, mas depende muito dos três jogadores da frente, o Robben, o Sneijder e o Kuyt. Sabem se fechar e contra-atacam com velocidade. A Espanha é melhor, se fecha como um todo e chega com muita gente na frente. Gosto muito de ver esse time espanhol em campo”, discursou Zagallo.

ZÉ MARIA - LATERAL EM 1974

Em 74, a Holanda revolucionou a forma de jogar, com atletas inteligentes, que não tinham funções definidas e envolviam o adversário. A seleção de hoje é disciplinada e segue o ritmo da Copa

Zé Maria, camisa 4 em 1974, seguiu a mesma linha. “É difícil fazer uma comparação, porque são estilos diferentes. Em 74, a Holanda revolucionou a forma de jogar, com atletas inteligentes, que não tinham funções definidas e envolviam o adversário. Eles tinham muita habilidade e eram tecnicamente melhores. Era um rolo compressor incrível, que se arriscava.”

“Essa seleção de hoje é mais definida, com defesa, meio e ataque. É disciplinada e acompanha o ritmo da Copa. Faz o que o comandante pede e busca o resultado. Não quer dar exibição. Pelo toque refinado e por chegar ao gol adversário naturalmente, a Espanha é favorita”, comentou o ex-corintiano.

ZAGALLO - TÉCNICO EM 1974

Nenhuma Holanda se iguala àquela. A seleção de hoje é boa, mas depende muito dos três jogadores da frente, o Robben, o Sneijder e o Kuyt. A Espanha é melhor, se fecha como um todo e chega com muita gente na frente

Para Luís Pereira, o que pode beneficiar os holandeses é a experiência dos atletas. Hoje, boa parte do elenco do técnico Bert van Marwijk atua em grandes clubes da Europa. Sneijder joga na Internazinale, Robben no Bayern de Munique, Kuyt no Liverpool, Van Persie no Arsenal, para citar só a linha ofensiva.

“O time de 74 assombrou todos nós pelo carrossel. Os jogadores de hoje conhecem bem o futebol espanhol porque passaram por aqui”, afirmou o ex-palmeirense, que mora no país ibérico e trabalha para o Atlético de Madri. “Vejo uma ligeira superioridade dos espanhóis, mas em final de Copa tudo pode acontecer.”

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