Dunga exalta patriotismo e nega arrependimento por 'não' a Ronaldinho e santistas

Dunga afirma que não mudaria nada daquilo que foi planejado para a Copa do Mundo. Sobrou patriotismo e determinação dos atletas, exaltou o ex-técnico da seleção ao Jornal da Tarde. Cobrado pela grande parte da torcida e imprensa por não ter convocado Ronaldinho Gaúcho e os santistas Neymar e Ganso, Dunga acredita que tomou decisão correta ao optar por outros atletas.

“Se eu tivesse o Ronaldinho, tiraria quem?”, indagou Dunga.

Sobre Neymar e Ganso, o ex-comandante da seleção brasileira destacou que o sistema ofensivo correspondeu às expectativas. Luís Fabiano, Robinho e Kaká demonstraram sintonia.

“Por quê [ao ser indagado se deveria ter levado os santistas]? O ataque não fez gol?”, respondeu.

Além disso, Dunga considerou insuficiente o período em que Ganso e Neymar apresentaram grande rendimento.

“Foram menos de dois meses. Dezembro foi mês de férias, janeiro de treino e os campeonatos começaram em fevereiro. E a convocação foi em março”.

“Por acaso você daria a capa de seu jornal para um repórter que acabou de sair da universidade? Todos falam que o resultado é importante. A crítica é em cima do quê? Sempre do resultado”.

Após a eliminação diante da Holanda, 2 a 1, o volante Felipe Melo enfrentou críticas da torcida no retorno ao país. O jogador saiu do aeroporto no Rio vaiado pelos torcedores, que o apontaram como maior responsável pelo revés nas quartas do Mundial. Melo trombou com Júlio César no primeiro gol holandês, sendo expulso minutos depois após pisar em Robben.

Dunga isentou Felipe Melo, alegando que todos erram.

“[Se a expulsão foi] Infantil? Se eu perguntar o que você já fez de coisas infantis no seu trabalho, tenho certeza de que vai se lembrar. Não adianta massacrar o cara”.

“Alguém tem de pagar a conta. Em 1990 foi comigo”, acrescentou Dunga.

Uma nota oficial apresentada pela CBF na internet decretou o término da passagem de Dunga e comissão técnica pela seleção. O informe ocorreu no dia da chegada do elenco ao país; Dunga ainda cogitava seguir à frente do time nacional. De cabeça erguida, o ex-meio-campista afirmou ter recuperado o orgulho dos jogadores em defender a seleção.

“Fui e fiz meu trabalho. Tiraram sarro, disseram que eu fui patriota. Hoje os jogadores são patriotas, resgataram o orgulho e o respeito pela camisa, o moral. Se gostaram [jornalista] ou não, é outro problema”.
 

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