EFE

Ballack na torcida ao lado de Merkel; treinador deu aval para dispensa do ex-capitão

07/07/2010 - 10h19

Dispensa de Ballack evidencia briga de egos pelo comando da seleção da Alemanha

Do UOL Esporte
Em São Paulo

A Alemanha que brilha e encanta nos campos da África tenta evitar que uma crise interna atrapalhe os seus planos neste Mundial. A briga de egos entre Philipp Lahm e Michael Ballack, surgida por conta do cobiçado posto de capitão da seleção alemã, gerou controvérsias entre os atletas e resultou na dispensa do último, que se viu obrigado a voltar para a Europa a fim de evitar a extensão da polêmica.

CRONOLOGIA DA CRISE NA ALEMANHA

  • Gero Breloer/AP

    Philipp Lahm concedeu entrevista em que dizia não ter a intenção de devolver a braçadeira de capitão a Michael Ballack, cortado desta Copa do Mundo por conta de uma contusão no tornozelo. Leia mais.

  • Bernd Weissbrod/EFE

    Gerente de seleções, Oliver Bierhoff tentou minimizar o atrito entre as duas estrelas alemãs e recobrou foco nas duas últimas partidas desta Copa do Mundo (a começar por esta quarta, ante a Espanha). Leia mais.

  • Daniel Hambury/EFE

    Para aumentar ainda mais a polêmica, o ex-capitão Lothar Matthäus defendeu o atual líder do time e indicou que Ballack deveria se dedicar ao seu atual clube, aposentando-se da seleção. Leia mais.

Oficialmente, Ballack foi mandado embora da concentração alemã sob o argumento de que os médicos da seleção já não conseguiriam mais tratar a contusão no tornozelo do atleta, a mesma que fez o ex-capitão da Alemanha ser cortado poucos dias antes do início da Copa do Mundo.

Porém, mesmo sem poder entrar em campo, Ballack retornou à África durante a competição e passou a ser um torcedor de luxo da Alemanha, como aconteceu no jogo contra a Argentina, nas quartas de final, quando o atleta esteve nas arquibancadas ao lado de lideranças, como a chanceler Ângela Merkel, demonstrando suporte aos seus ex-companheiros.

Internamente, no entanto, a presença de Ballack entre os jogadores causava mal estar, principalmente com Phillip Lahm, escolhido para assumir a braçadeira de capitão neste Mundial. Esse clima foi externado pelo lateral da seleção na última terça-feira, quando o atleta declarou não ter o interesse em deixar o posto que ocupa nesta Copa do Mundo.

“Claro que quero manter a braçadeira de capitão. É um papel que gosto muito de desempenhar, por que ia renunciar a ele voluntariamente?”, disse Lahm.

Diante das declarações, o técnico Joachim Löw, temendo agravar ainda mais o problema, deu sinal verde para que Ballack fosse retirado da concentração da equipe.

Claro que quero manter a braçadeira de capitão. É um papel que gosto muito de desempenhar, por que ia renunciar a ele voluntariamente?

Phillip Lahm, na última terça-feira

Dirigentes alemães, no entanto, se dividem sobre a crise envolvendo o posto de capitão da seleção alemã. Lothar Matthäus, que levantou a taça da Copa do Mundo em 1990, se mostrou favorável ao atual líder da Alemanha e até defendeu o afastamento definitivo de Ballack do time nacional.

“Se Michael pudesse dizer agora: ‘a equipe é suficientemente forte sem mim, vou deixar definitivamente a seleção para me concentrar no Bayer Leverkusen’, demostraria que é um grande cavalheiro”, disparou Matthäus.

Por sua vez, o atual gerente da equipe, Oliver Bierhoff, mostrou irritação com o assunto e cobrou foco nas duas últimas partidas do time neste Mundial, a começar pelo confronto desta quarta-feira, contra a Espanha, às 15h30 (de Brasília). O vencedor terá lugar na grande final de domingo.

“Qualquer debate sobre quem será o capitão é algo desnecessário. É algo que afeta nossa semana. Agora, temos que nos concentrar em ter êxito nas duas últimas partidas. Todo o resto vamos deixar para depois. E, mesmo assim, essa decisão ficará apenas para o treinador”.

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