04/07/2010 - 12h30

Em casa, Dunga é aplaudido pela torcida e cogita permanência na seleção

Daniel Cassol
Em Porto Alegre *

Dunga está em casa. Aplaudido pela torcida, o técnico da seleção brasileira chegou ao Rio Grande do Sul neste domingo, dois dias depois da eliminação do Brasil para a Holanda na Copa do Mundo da África do Sul. E, diferentemente do que disse após o tropeço diante dos holandeses, Dunga ainda cogita permanecer no cargo de técnico da seleção brasileira.

“Acabou o jogo, pegamos o avião e agora vamos descansar. Daqui a uma semana ou duas, a gente vai conversar. Meus projetos eram quatro anos e falei desde início que vai depender daquilo que o presidente (da CBF, Ricardo Teixeira) conversar conosco”, afirmou o técnico da seleção.

Mas ainda neste domingo, a CBF divulgou por meio de seu site oficial que o técnico Dunga e toda a sua comissão foram destituídos do cargo. Segundo a nota do site oficial da entidade, a nova comissão será anunciada até o fim deste mês.

Após a derrota para a Holanda na sexta-feira, o discurso era diferente. “Meu futuro, vocês sabem bem. Sabem que eram quatro anos que eu ia ficar na seleção”, afirmou Dunga na ocasião. Mais cedo, no desembarque de parte da delegação no Rio de Janeiro, o auxiliar-técnico da seleção, Jorginho, também já havia cogitado a permanência de Dunga como técnico do Brasil.

Torcida madruga, leva "bolo" e corneta a seleção brasileira na chegada em Cumbica

  • Parte dos jogadores da seleção brasileira desembarcou em São Paulo na madrugada de sábado para domingo. E apesar do horário, muitos torcedores foram ao aeroporto para receber os atletas. Só que acabaram levando um "bolo" e reclamaram.

Depois de chegar no Rio de Janeiro de madrugada, Dunga ainda encarou mais de duas horas de atraso na manhã deste domingo para desembarcar finalmente em Porto Alegre. Devido à neblina que fechou o Aeroporto Salgado Filho, ele chegou na capital gaúcha somente no final da manhã. Tanto Dunga quanto os preparadores físicos Paulo Paixão e Fábio Mahseredjian foram a Florianópolis e chegaram em Porto Alegre em voo fretado.

Recepcionado por amigos, o treinador não saiu pelo saguão, onde algumas dezenas de pessoas esperavam sua chegada, mas atendeu a imprensa no estacionamento do aeroporto.

“Foi feito aquilo que estava planejado, só que a sensação é que um pedaço de nós ficou na África do Sul”, lamentou Dunga. “As coisas estavam correndo bem, mas o futebol é assim. No primeiro tempo, pelo que o Brasil jogou, tínhamos grande esperança de passar. Mas perdemos na bola parada, que era um dos nossos pontos fortes”, completou.

O técnico da seleção atribuiu a uma “fatalidade” a eliminação para a Holanda, por 2 a 1 nas quartas de final, e exaltou a convivência entre os jogadores nos últimos 42 dias.

“Depois de quatro anos à frente da seleção, perdemos apenas seis partidas, fomos campeões da Copa América, da Copa das Confederações e estávamos fazendo uma boa Copa do Mundo. Na hora em que a seleção começou a se acertar tivemos essa fatalidade, mas o principal é que o povo está satisfeito, porque viu jogadores comprometidos, não houve polêmica ou bagunça. Os jogadores ficaram 42 dias juntos, sem nenhum atrito, cada um buscando seu espaço e tentando representar o Brasil da melhor maneira possível”, disse o técnico da seleção.

Nos cerca de 15 minutos em que ficou no estacionamento do Aeroporto Salgado Filho, Dunga posou para fotos com torcedores e recebeu aplausos e palavras de apoio. Diante da recepção amistosa, o treinador se disse satisfeito por resgatar o “amor” da população brasileira pela seleção.

“A população viu nosso trabalho. Desde o início queríamos resgatar esse amor ao redor da seleção, que é era muito parecida com o brasileiro, que é trabalhador. Em alguns momentos tivemos que ser duros para proteger a seleção e os jogadores”, finalizou.

* Atualizada às 15h44

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