É sempre mais fácil criticar depois, mas a seleção de Dunga foi suficientemente 'cornetada' antes e durante a Copa, de maneira que os erros cometidos na partida contra a Holanda não surpreenderam os observadores mais atentos. Abaixo, uma seleção dos sete mais notórios observados pela reportagem do UOL Esporte:
Já em maio, ao convocar a equipe que ia à Copa, Dunga deixou clara a sua prioridade: um meio-campo marcador. Dos oito jogadores do setor, seis tinham características mais defensivas do que de criação. Kaká não tinha um substituto à altura. Não à toa, o lateral Daniel Alves entrou em todas as partidas na função de meia. |
Com dez em campo e perdendo o jogo, o Brasil mostrou impressionante desequilíbrio. Até Robinho quis brigar com os holandeses. O capitão Lucio não fez um único gesto no sentido de acalmar o time ou mostrar comando. Em sua terceira Copa, Kaká e Gilberto Silva igualmente se omitiram. Não houve um brasileiro em campo capaz de orientar os demais, acalmá-los ou mostrar liderança |
Louvada em verso e prosa, a zaga brasileira mostrou, de fato, grande qualidade contra adversários de menor expressão, mas falhou seriamente na partida decisiva. Julio Cesar, “melhor goleiro do mundo”, e Felipe Melo foram na mesma bola no lance do primeiro gol holandês. No segundo, Sneijder, com 1m70, não precisou nem sair do chão para cabecear na direção do gol brasileiro. |
A expulsão de Felipe Melo era considerada certa em qualquer casa de apostas. A dúvida era saber em que jogo ocorreria. Acabou sendo numa partida decisiva. O volante já tinha deixado a marca da sua chuteira em Pepe, na partida contra Portugal, mas mereceu apenas um cartão amarelo. Contra a Holanda, quando o Brasil perdia por 2 a 1, deu um pisão em Robben e corretamente ganhou um cartão vermelho direto. |
Numa situação normal, o camisa 10 da seleção talvez fosse poupado no início da Copa. Mas Dunga apostou todas as suas fichas nele e Kaká acreditou que seria o protagonista deste Mundial. Em más condições, passou uma boa parte da fase de preparação se recuperando fisicamente e jamais encontrou a forma perfeita durante o torneio. Apesar de ter dado assistência em três gols brasileiros, o meia foi uma grande decepção. |
O técnico da seleção implantou uma filosofia de trabalho na contramão de todas as tradições do futebol brasileiro. Fez o elogio da marcação perfeita, do posicionamento rígido, criticou o individualismo, desprezou o futebol-arte e, pragmático, mirou exclusivamente o resultado. O Brasil teve poucos momentos de bom futebol na África do Sul, e não compensou o torcedor com a vitória final. |
A euforia e a confusão na fase de preparação da Copa de 2006 foram eleitas, quatro anos depois, como as causas da derrota na Alemanha. A imprensa foi escolhida como inimigo preferencial. O mundo exterior à seleção se transformou numa ameaça constante – nem os parentes dos jogadores deveriam vir à Copa, recomendou Dunga. Isolada como num quartel, a seleção viveu uma realidade paralela na África do Sul. |
Jogos, resultados, preparação das equipes e muito mais.
Fique por dentro das notícias mais importantes do dia direto da África do Sul
Você receberá em média 30 mensagens por mês, sendo uma por dia.
Para Assinar
Envie uma mensagem com o texto VW para 30131.
Para Cancelar
Envie uma mensagem com o texto SAIR para 30131.
Importante: Todo o processo de assinatura e o recebimento de mensagens será gratuito