01/07/2010 - 07h00

Criador de Michael Dunga não gosta de futebol e diz que é Roberto Marinho de si mesmo

Flavia Perin
Em São Paulo

Ao contrário do que muitos podem pensar, o criador da série de vídeos lançada no YouTube “Dunga em um dia de fúria”, Pablo Peixoto, de 32 anos, não gosta de futebol. “Nem poderia, pois torço para o Vasco”, brinca. A Copa do Mundo, sim, empolga o redator publicitário e roteirista. “De futebol internacional não sei nada, mas Copa do Mundo é vida! Aliás, está me dando um suadouro que não tem jogo de Copa hoje”, afirmou para a reportagem do UOL Esporte.

Mineiro de Cataguases, Pablo mora há 10 anos em Juiz de Fora e vive de seus projetos pessoais: “Sou meu Roberto Marinho, meu próprio editor.” Seus mais consagrados trabalhos são os blogs “Pérolas para Porcos”, sobre assuntos variados, e “Porra, Mauricio!”, em que satiriza as histórias em quadrinhos de Mauricio de Sousa – e que já soma 4 milhões de acessos desde março, quando foi iniciado.

“Também sou jornalista, mas deixei a atividade porque tinha um inimigo, o Manual de Redação. Queria escrever no meu estilo”, afirma o homem por trás de todas as vozes da sátira da Internet.

A inspiração para o personagem Michael Dunga veio de um amigo, que lhe mandou pelo Twitter o link da cena da lanchonete em versão dublada para o português. Vendo o ator Michael Douglas em ação, Pablo teve a ideia de transformá-lo no técnico da seleção brasileira. “Podia ser o Dunga falando do time. E comecei a imaginar quem seriam os outros personagens, a Fátima Bernardes, o Robinho, o Tadeu Schmidt...”, conta.

Dois outros vídeos foram lançados na sequência, um sobre o jogo do Brasil com Portugal, outro, sobre o embate contra o Chile. “Cada jogo tem uma piada diferente. Fora que o choque inicial já havia passado, eu tinha que surpreender nos vídeos seguintes”, afirma. Por isso, depois do primeiro vídeo, “Dunga vai ficando mais bonzinho, se regenerando”, ele explica.

“Torço por ele, acho que está fazendo o que devia ser feito, estava tudo bagunçado mesmo. Seu trabalho é seriíssimo”, pondera, defendendo o técnico. “Ele está pressionado e tem uma amargura com a imprensa. Agora, está querendo mudar esse paradigma, porém acho que se excede às vezes, como no episódio com a Globo. Mas acho que tem mais acertos do que erros”, conclui.

O primeiro vídeo foi ao ar no dia 21 de junho, já alcançou mais de 1 milhão de visualizações e esteve entre os seis mais vistos na África do Sul. “Acho que deve ser por causa da imprensa brasileira que está lá na África.” Será que a delegação brasileira, comissão técnica e jogadores não viram a paródia?

Para montar cada um dos filmes, Pablo gasta em média seis horas. “O segundo e o terceiro consumiram mais tempo, pois estão mais caprichados, têm mais diálogos, ficaram melhores tecnicamente.”

Pablo programa lançar uma nova produção após a partida com a Holanda, nesta sexta. “Este projeto está me trazendo oportunidades”, comemora.

Primeiro episódio: na lanchonete contra a Globo
Segundo episódio: contra os portugueses
Terceiro episódio: Michael Dunga versus gangue de chilenos

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