30/06/2010 - 05h01

Seleção completa 40 dias de reclusão recorde e troca fortaleza por 'confusão'

Alexandre Sinato e Bruno Freitas
Em Johanesburgo (África do Sul)

Reunida desde o final de maio, no início da preparação em Curitiba para a Copa do Mundo, a seleção brasileira quebrou a barreira dos 40 dias de confinamento, chegando ao maior período de concentração na era Dunga. No entanto, a partir de agora, a delegação se prepara para experimentar na reta final do Mundial a troca da privacidade de suas fortalezas pelo agito dos hotéis oficiais da Fifa.

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  • Richard Heathcote/Getty Images

    Seleção brasileira deixará o clima tranquilo do Fairway Hotel, situado num clube de golfe isolado

A partir das quartas de final, a Fifa determina que as equipes vivas na disputa utilizem os hotéis pré-selecionados pela entidade. Neles, as seleções encontrarão menos isolamento e estarão mais expostas ao público e à mídia. Ou à confusão, como diz Dunga.

“Estávamos muito bem acomodados e tranquilos em um ambiente saudável. Era tudo muito favorável para a preparação de uma seleção, mas agora temos que conviver com hotéis movimentados, com mais gente e mais confusão. Temos que superar essa situação”, resumiu o treinador.

Antes do Mundial, a seleção havia enfrentado dois períodos de concentrações longas na era Dunga. Em 2007, na campanha da conquista da Copa América, o treinador liderou seu grupo durante 34 dias seguidos, incluindo o período de preparação em Teresópolis e toda a jornada pela Venezuela.

Na Copa das Confederações em 2009, por sua vez, foram 28 dias, contando com duas rodadas das eliminatórias sul-americanas disputadas pouco antes do torneio, que acabaram emendando com a passagem pela África do Sul.

Agora na Copa da África do Sul, a seleção usou como base na maioria de sua estadia o hotel Fairway, dentro de um complexo que também conta com um clube de golfe. Lá, esteve isolada de contato exterior durante todo o tempo.

Os jogadores tinham quartos individuais e “falavam de futebol o dia inteiro”, segundo Dunga. Nem fãs, nem imprensa e poucos funcionários tinham acesso ao grupo. Até os familiares foram recebidos em espaço adjunto. Tudo pela “concentração total” pregada pelo comandante. Cenário parecido aconteceu nos dias de treinamento em Curitiba, no CT do Atlético-PR.

Agora a badalação estará mais próxima. Nesta quarta, a seleção viaja a Port Elizabeth, onde dois dias depois jogará as quartas de final diante da Holanda. A programação oficial ainda não foi divulgada, mas a delegação pode continuar em Port Elizabeth caso avance, indo apenas no domingo para a Cidade do Cabo, palco da semifinal. De qualquer forma, as fortalezas acabaram e dão lugar ao assédio, ao contato com a torcida e à confusão tão temida por Dunga.

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