Flávio Florido / UOL

Como de hábito, seleção chega sob forte esquema de segurança e frustra os fãs

30/06/2010 - 18h45

Seleção chega a Port Elizabeth e irrita fãs que passam frio para ver os jogadores

Mauricio Stycer
Em Port Elizabeth (África do Sul)

Longe do alcance dos fãs, como de hábito, a seleção brasileira chegou a Port Elizabeth por volta das 22h20 desta quarta-feira (17h20 no Brasil). Cerca de 50 torcedores, duas dezenas de jornalistas, uma dezena funcionários do Protea Hotel Marine e outros tantos policiais aguardavam os jogadores, que desceram do ônibus sem falar com ninguém e subiram imediatamente para seus quartos.

“Do estádio dá para ver os jogadores mais de perto”, reclamou o psicólogo Fernando Stern. “Esta seleção é muito antipática”, acrescentou. “Se eu soubesse que eles iam descer tão longe da gente, não tinha vindo”, protestou um colega dele. Os termômetros marcavam 11º no momento da chegada, mas a sensação térmica, à beira-mar e sob vento, era de muito mais frio.

Sem ter como se aproximar dos jogadores, os torcedores presentes disputavam a chance de aparecer na televisão. “Mãe, apareci na Band. Acho que está ao vivo”, disse um torcedor. “O SporTV vai entrar ao vivo. Vamos entrar juntos”, disse um outro, ao telefone, avisando parentes no Brasil.

ÁLBUM DE FOTOS

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Dois grupos rivalizavam na disputa pela atenção das câmeras. Um, chamado “Os Caipiras de Socorro (SP)”, fazia barulho com “vuvuzelas brasileiras” – uma corneta acionada manualmente. O outro, sem nome, reunia torcedores de Chapecó (SC), impulsionados por uma sanfona.

“Um sul-africano me ofereceu US$ 100 pela minha vuvuzela. Se eu pedisse US$ 200 ele me pagava”, contou Nadir Leme, dono de uma confecção em Socorro. Leme lidera uma caravana de nove torcedores apaixonados, sempre atrás da seleção, desde 1982. “Deixamos as mulheres em casa e vamos”, diz, empolgado e agasalhado.

O Brasil disputa na próxima sexta-feira, às 11h (horário de Brasília), uma vaga nas semifinais da Copa do Mundo. É a primeira partida da seleção em Port Elizabeth. O hotel designado pela Fifa para abrigar a equipe fica na principal avenida da cidade, bem próximo de um cassino e de um parque de diversões. É um ambiente em tudo diferente ao que a seleção se habituou em Johanesburgo, onde permaneceu isolada de tudo e de todos, num hotel fechado para ela.

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