Dani Alves vira meia na Copa e ensaia excelência de badalados barcelonistas

Como a seleção é servida por dois laterais direitos top do futebol internacional, Daniel Alves acabou deixando a disputa pela titularidade com Maicon na ala e contou com variedade de seu repertório para arranjar um lugar no time do Brasil na Copa atuando no meio-campo. Agora, com duas partidas jogando de início em sequência no Mundial, o baiano de Juazeiro se firma na equipe de Dunga e já rivaliza com outras estrelas barcelonistas do setor que disputam o torneio.

Adaptado por Dunga como meio-campista no Mundial em razão da carência do setor e de problemas físicos do titular Elano, Daniel Alves já se destaca estatisticamente ao lado de seus companheiros de Barcelona, a equipe mais vitoriosa e badalada do futebol europeu nas últimas duas temporadas.

Lionel Messi, Xavi e Iniesta são três símbolos do Barcelona do técnico Pep Guardiola nas conquistas dos últimos anos e, juntos, respondem por parte considerável da criação da equipe que para muita gente é atualmente a única no planeta que consegue conciliar futebol efetivo e espetáculo.

Principal estrela do Barça, Messi atua mais à frente e marca presença na maioria das jogadas de gol do time. No meio, a dupla espanhola Xavi e Iniesta é passagem quase obrigatória da bola, faz a engrenagem da equipe funcionar. Todos eles estiveram entre os finalistas do prêmio de Melhor do Mundo da Fifa nos últimos anos, com mais ou menos indicações, sendo que o argentino faturou a edição passada.

Na Copa da África do Sul, Daniel Alves migrou da posição em que atua no Barcelona para o meio-campo e aparece com números semelhantes aos dos companheiros de time nos principais fundamentos dos jogadores do setor de criação (ver tabela com dados do Datafolha). Mesmo com menos minutos disputados no Mundial, supera Iniesta, mas perde na comparação a Xavi e Messi, usando aproveitamento de passes e assistências como carro-chefe de análise.

Daniel Alves atuou nas quatro partidas que o Brasil disputou na Copa até o momento, sendo que nas duas primeiras (Coreia do Norte e Costa do Marfim) entrou no decorrer do jogo, sempre em substituição ao novo concorrente Elano.

Depois, com a lesão de Elano sofrida no duelo com os marfinenses, Daniel teve a chance de jogar como titular duas vezes, contra Portugal e Chile, com atuações destacadas na função que já havia desempenhado com Dunga na seleção em algumas vezes. Em uma delas, entrou no meio-campo na final da Copa América de 2007 e foi decisivo na vitória sobre a Argentina, marcando, inclusive, um dos gols do placar por 3 a 0.

"Sempre digo que o que eu quero mesmo é ajudar a seleção brasileira, independentemente se eu começar jogando ou não. O importante é que eu aproveite cada oportunidade que surgir e continuar a servir a seleção", disse Daniel Alves na última segunda, após a vitória sobre os chilenos nas oitavas, sem empolgação com a sequência como titular na Copa.

Diante da dificuldade na recuperação clínica de Elano, a expectativa é que Daniel Alves siga como titular no meio-campo brasileiro para o confronto com a Holanda na próxima sexta-feira, em Port Elizabeth (11h, de Brasília), válido pelas quartas de final.

Na última terça-feira, Elano deixou o treino da seleção em Johanesburgo mais uma vez aparentando desconforto físico e ainda preocupa a comissão técnica para a sequência da Copa. O jogador teve a perna direita atingida em uma pancada no jogo com a Costa do Marfim, e seu tornozelo tem arcado com as consequências.

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