Jamie Squire - FIFA/FIFA via Getty Images

Marcelo Bielsa, técnico do Chile, antes da partida contra o Brasil

28/06/2010 - 17h21

Loco Bielsa divide comando com palpiteiros e é superado pelo discreto Dunga

Alexandre Sinato, Bruno Freitas e Mauricio Stycer
Em Johanesburgo (África do Sul)

De um lado Dunga, com os braços cruzados, discreto nas orientações e sempre em pé. Do outro, Loco Bielsa, seus inúmeros palpiteiros e as famosas agachadas na beira do campo. Na vitória do Brasil por 3 a 0 sobre o Chile nesta segunda-feira, pelas oitavas de final da Copa, os dois treinadores mostraram estilos totalmente diferentes. No final das contas, quem sorriu por último foi Dunga.

O brasileiro levou a vantagem no placar e na eficiência, mas o argentino que comanda o Chile teve uma atuação mais performática e chamativa. Marcelo “Loco” Bielsa não tem esse apelido à toa. No banco de reservas, ele não sossega. Gesticula, xinga, dá broncas espalhafatosas e muitas vezes se controla voltando para o assento quando o nervosismo atinge níveis elevados.

E ele não sofre sozinho. Sua comissão técnica é atuante. Três auxiliares chegaram a levantar do banco simultaneamente e dividiram a área técnica bom Bielsa. Cada um gritando alguma coisa, tentando passar orientações para diferentes jogadores. Uma confusão.

O argentino também não abandonou uma velha característica: ficar agachado à beira do gramado. Nesses momentos, ele mistura apreensão, observação e todo seu lado torcedor. Aflito, concentra o peso do corpo nos joelhos dobrados.

A poucos metros do banco do Chile, Dunga praticamente não saiu de seu já conhecido roteiro. O gaúcho prefere a discrição. Ficou em pé durante toda a partida. As instruções para os jogadores foram passadas de maneira contida, com gestos curtos. E seus auxiliares ficaram sentados. Dunga costuma trocar algumas ideias com Jorginho, mas vai até ele para isso.

Nem no primeiro gol (anotado por Juan) o brasileiro perdeu o controle: fechou os punhos e vibrou com força, com os braços dobrados na altura da cintura. A exceção foi no segundo gol. Depois que Luís Fabiano driblou o goleiro e tocou para as redes, Dunga saiu correndo, empolgado e com o sorriso no rosto, aliviado. No terceiro gol, de Robinho, nova comemoração padrão.

Kaká também fez o comandante brasileiro ter reações específicas. Perguntou para o camisa 10 como ele estava se sentindo, correu até o limite da área técnica para conversar e se dobrou para trás quando o meia errou lançamento para Robinho. Em seguida, aplausos pela tentativa malsucedida. Dunga só teve motivos para festejar nesta segunda. Bielsa e sua turma, por outro lado, podem consolar uns aos outros.

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