Kuyt carrega Sneijder após classificação às quartas: de novo, Holanda pega o Brasil |
Depois de quatro jogos, chegou a hora de a seleção brasileira definir seu futuro na Copa do Mundo contra um adversário à sua altura. Na próxima sexta-feira, às 11 horas (de Brasília), dois favoritos ao título decidem quem avança para as semifinais. Brasil e Holanda vão se enfrentar pela décima vez na história. Apesar da vantagem no histórico de confrontos com três vitórias, duas derrotas e quatro empates, o time de Dunga deve se preparar para enfrentar a maior pedreira desta campanha até agora. Seis motivos enumerados a seguir mostram por quê.
Contra o Brasil, a Holanda vai defender a maior invencibilidade do futebol mundial na atualidade. Com 100% de aproveitamento no Mundial da África do Sul, o time do técnico Bert van Marwijk não foi derrotado nos últimos 23 jogos que disputou. E o último revés foi inesperado: jogando em casa, os holandeses perderam por 2 a 1 em amistoso contra a Austrália, em setembro de 2008. Desde então, são 18 vitórias e cinco empates. Está incluída aí a impressionante campanha nas eliminatórias. No grupo que tinha Noruega e Escócia, a Laranja Mecânica liderou absoluta, com oito vitórias em oito partidas. É a maior série invicta da história da seleção. |
A final do maior torneio de clubes do mundo teve dois jogadores holandeses em evidência. A Internazionale, de Wesley Sneijder (f), acabou levando a melhor sobre o Bayern de Munique, de Arjen Robben. Mas ambos foram decisivos para a trajetória de seus times. Sneijder foi líder em assistências na competição e deu passe para um dos gols na decisão. Robben pode ter sido vice, mas não vai esquecer tão cedo o golaço que selou a classificação heroica nas quartas de final contra o Manchester, em pleno Old Trafford. E a boa fase não acabou na Copa. Mesmo voltando de lesão, Robben foi decisivo contra Camarões e marcou contra a Eslováquia nas oitavas. Sneijder já marcou três gols em quatro jogos. Isso sem falar em Van Persie... |
Dunga resiste a todos os clamores por futebol bonito e insiste no pragmatismo, priorizando os resultados. Na Holanda, é a mesma coisa. O técnico Van Marwijk deixou de lado a fama de jogo criativo e ofensivo que remetia ao carrossel holandês dos anos 70. Para ele, o que importa é vencer. Por isso, prega a paciência como virtude fundamental do seu grupo. Sem partir com tudo para cima, a Holanda de 2010 cumpre à risca os fundamentos técnicos e espera a hora certa de atacar. Segundo dados do Datafolha, é a equipe que menos desperdiça bolas. O que se deve, em parte, a um dado curioso. Com média de 20,5 recuos por jogo, a seleção holandesa é a que mais atrasa bolas para o goleiro. Tudo para não perder a posse de bola e manter o controle da partida. |
É verdade que Dunga venceu a Holanda duas vezes em partidas mata-mata de Copas. Mas quem se lembra desses encontros sabe que não foi nada fácil. Em 1994, Romário e Bebeto fizeram 2 a 0, mas o Brasil sofreu dois gols fulminantes que fizeram o jogo ficar nervoso. Foi só aos 36 minutos do segundo tempo que Branco acertou uma bomba para definir a passagem às semifinais. Quatro anos depois, o confronto valia vaga na decisão, e foi ainda mais tenso. Depois de 1 a 1 no tempo normal, Taffarel (f) brilhou e assegurou a vitória nos pênaltis. No outro jogo de Copa, Johan Cruyff comandou um passeio por 2 a 0 em 1974, na última vitória dos holandeses sobre a seleção brasileira. |
A seleção comandada por Dunga tem dificuldade com adversários que se fecham na retranca. Não chega a ser o caso da Holanda, que tem um time equilibrado e sabe atacar muito bem. Mas o trunfo da equipe está na defesa, que sofreu apenas dois gols durante toda a campanha das eliminatórias. Na Copa da África do Sul, o goleiro Maarten Stekelenburg só foi vazado em cobranças de pênalti. E ainda lamentou muito por isso. Mesmo assim, ele e o próprio treinador têm feito questão de creditar a boa fase à solidez defensiva. O que não se deve apenas aos zagueiros Mathijsen e Heitinga. O experiente Mark Van Bommel, aos 33 anos, também é o responsável por fechar os espaços dos adversários no meio-campo. |
"O título de campeão mundial de amistosos não nos interessa”, disse o meia Sneijder antes da Copa. "Sabemos bem como é ser eliminado e não queremos passar por isso de novo", afirmou o lateral Van Bronckhorst (f). As duas declarações resumem o sentimento da Holanda em relação a esta Copa. São obrigados a vencer para apagar a imagem de time que sempre dá show, mas nunca levanta a taça. E, diante de um rival que eliminou os holandeses em duas Copas seguidas, eles deverão dificultar ainda mais. Afinal, estará em campo não só a honra de uma tradicional camisa. O próprio Van Bronckhorst já avisou que esta é a sua última competição como profissional, e, assim como ele, a base do time está tendo a última chance de brilhar em um Mundial. |
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