Richard Heathcote/Getty Images

Seleção terá que deixar a tranquilidade do Fairway Hotel, para a irritação de Dunga

28/06/2010 - 18h56

Dunga critica obrigação de trocar isolamento por confusão na reta final da Copa

Alexandre Sinato, Bruno Freitas e Mauricio Stycer
Em Johanesburgo (África do Sul)

No dia 27 de maio, a seleção brasileira chegou a Johanesburgo e correu para o novo hotel Fairway, localizado num clube de golfe e totalmente isolado. O prédio ficou todo reservado para o Brasil, uma verdadeira fortaleza contra badalação e distrações. Na reta final da Copa, porém, a seleção será obrigada a usar “hotéis Fifa”. E Dunga não gostou nada disso, como deixou claro nesta segunda-feira após a vitória por 3 a 0 sobre o Chile pelas oitavas de final.

“Isso interfere no nosso trabalho, porque estávamos muito bem acomodados e tranquilos em um ambiente saudável. Era tudo muito favorável para a preparação de uma seleção, mas agora temos que conviver com hotéis movimentados, com mais gente e mais confusão. Temos que superar essa situação”, argumentou Dunga.

Todas as equipes classificadas às quartas de final precisam utilizar apenas hotéis escolhidos pela Fifa. Em Johanesburgo, por exemplo, o Brasil provavelmente usará uma opção em Sandton, bairro luxuoso e badalado. No entanto, a equipe só joga novamente na cidade numa eventual decisão da Copa.

As quartas de final estão marcadas para Port Elizabeth. A semi será na Cidade do Cabo. A CBF ainda não divulgou como será a programação da equipe. Não se sabe se a seleção, em caso de vitória sobre a Holanda, irá direto para a Cidade do Cabo ou se tentará retornar para Johanesburgo, mesmo sem sua fortaleza.

Desde que desembarcou na África do Sul, Dunga tirou a equipe do Fairway em três oportunidades: para os amistosos contra Zimbábue e Tanzânia e para o duelo com Portugal, em Durban, na última sexta-feira. Em todos os casos, a seleção ficou o menor tempo possível longe de seu quartel-general.

“Vamos pensar jogo a jogo. Agora só pensamos na Holanda. Para nós seria melhor permanecer no hotel onde estamos, com melhores condições de repouso e treino, mas teremos que passar para outra realidade”, emendou Dunga, reforçando seu descontentamento.

O temor do treinador é o forte assédio sobre os jogadores e como isso pode afetar negativamente a equipe justamente no momento mais importante da Copa. Se dependesse dele, os atletas respirariam futebol 24 horas por dia.

“[No nosso hotel] os jogadores ficam concentrados só com membros da seleção e falando o dia todo de futebol”, completou Dunga.

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