De um lado, estão Holanda, Uruguai e várias nações pouco tradicionais no futebol, como Coreia do Sul, Eslováquia e Gana. Do outro, acomodam-se as poderosas Argentina, Inglaterra, Alemanha e possivelmente a Espanha. Para fugir das batalhas previstas pela segunda alternativa, o Brasil precisa de um empate contra Portugal nesta sexta-feira, às 11h (horário de Brasília). Com mais um ponto, a equipe de Dunga fecha a primeira fase na primeira posição do Grupo G e percorre o caminho mais confortável até a final da Copa do Mundo.
A liderança conduz o Brasil a um confronto contra a segunda colocada do Grupo H nas oitavas de final. Chile, Suíça, Espanha e Honduras, peças do intrincado quebra-cabeça deste grupo, decretam suas posições finais também na sexta-feira.
Os favoritos espanhóis enfrentam o Chile e dependem de uma vitória para garantir a vaga. Porém, mesmo com os três pontos, a Espanha pode perder a liderança caso os suíços goleiem a seleção de Honduras, alternativa pouco provável. A defesa dos hondurenhos pode ser frágil, mas a força ofensiva da Suíça também deixa a desejar.
O Chile surge como um enorme coringa, equilibrando-se entre o céu e o inferno deste Mundial 2010. Atualmente, o país sul-americano é o dono da liderança do Grupo H, com 100% de aproveitamento. Basta um empate para garantir a primeira posição. A derrota, por outro lado, poderá levar os chilenos de volta à Santiago. Uma vitória da Suíça sobre Honduras por dois gols de diferença derrubaria o Chile da Copa exatamente pelo saldo de gols.
Caso a seleção brasileira perca para Portugal e direcione sua trajetória para a chave das poderosas seleções, um confronto com Argentina, Inglaterra ou Alemanha nas semifinais será inevitável. O único consolo brasileiro, porém, seria as quartas de final. Acompanhe o raciocínio: se o Brasil terminar em segundo lugar na primeira fase e eliminar seu adversário das oitavas de final, terá pela frente o vencedor da partida entre Paraguai e Japão.
As chaves da Copa da África do Sul ganharam contornos desproporcionais graças ao fracasso francês, eliminado na primeira fase, e à decepção inglesa, que cedeu o primeiro posto do Grupo C aos Estados Unidos. Caso os prognósticos da Copa se consumassem, França e Inglaterra terminariam a primeira fase na liderança e disputariam a segunda fase na provável "chave brasileira". Até mesmo a Itália, caso tivesse miseravelmente alcançado o segundo posto do Grupo F, também poderia cruzar o caminho de um "Brasil líder" nas quartas.
Após tantas zebras, o técnico Dunga prefere manter a cautela sobre projeções. Em seu discurso, embasado pelas zebras da Copa, o treinador diz que “a tradição acabou”.
“As pessoas que trabalham com o futebol precisam evoluir e deixar de lado essa história de tradição, de camisa. Isso só vale para o bate-papo entre amigos. Em campo, isso não existe”, disse Dunga. “Hoje, todos os treinadores fazem curso em vários países e os jogadores de seleção atuam nos principais centros.”
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