22/06/2010 - 13h27

Após vitória inédita, Parreira lamenta bola na trave: "teríamos nos classificado"

Do UOL Esporte
Em São Paulo

“NÃO TRABALHO MAIS FORA DO BRASIL”

  • Carlos Alberto Parreira fez nesta terça seu último jogo pela África do Sul. Ele enalteceu o seu retrospecto na história das Copas, disse que não trabalha até o final do ano e que não volta mais no exterior por causa das netas. Confira algumas respostas:

    Após a África do Sul, qual seu próximo passo profissional?
    Com certeza até dezembro não farei nada, pois foram nove meses de trabalho árduo com os jogadores, em concentração direta. A gente não parou, exigiu muito para dar identidade ao grupo.

    Pensa em voltar a trabalhar com seleções? Ou prefere clubes?
    Não trabalho mais fora do Brasil, nem pensar. Se acontecer algo será no Brasil, onde tenho meus netinhos esperando. Quero mandar um abraço para eles, principalmente para a Letícia que sempre me pede beijo: um beijo para você.

    Qual o balanço do trabalho na África do Sul?
    A África me proporcionou ser o primeiro a disputar seis Copas e 23 jogos... Depois de oito Copas, duas como preparador físico, duas como técnico, só tenho a agradecer a Deus ter terminado com uma vitória. Isso me deixa extremamente feliz.

Carlos Alberto Parreira fechou nesta terça-feira sua sexta Copa do Mundo como técnico. Foi um recorde. Nenhum técnico comandou equipes em tantos Mundiais. Além disso, conseguiu outro feito inédito. Os 2 a 1 da África do Sul sobre a França marcaram sua primeira vitória no torneio à frente de uma seleção estrangeira.

O sentimento após o jogo, no entanto, era de decepção. E o motivo, uma bola na trave de Mphela, aos 6 minutos do segundo tempo. “O momento chave aconteceu quando estávamos ganhando por 2 a 0. O Mphela jogou aquela bola na trave. Se ela tivesse entrado, abriríamos 3 a 0 e teríamos nos classificado”, lamentou o treinador.

A bola, no entanto, não entrou. Na sequência, a França marcou o seu. E o México, que perdeu de 1 a 0 para o Uruguai, respirou aliviado. Mexicanos e sul-africanos terminaram a primeira fase empatados. Mas o maior saldo de gols dos latinos valeu uma passagem para as oitavas de final.

“Coisas assim acontecem. Criamos várias oportunidades, mas, infelizmente, não conseguimos aproveitá-las. Mas enfrentamos um time de muita qualidade, é só analisar o nível dos jogadores da França. Saio com muito orgulho dos meus jogadores pelo Mundial que disputaram”, completou o brasileiro.

Parreira está envolvido com a Copa do Mundo há 40 anos. Sua primeira experiência foi no torneio do México, ainda como preparador físico. Em 1982 abriu a trajetória como técnico. Em seleções estrangeiras, trabalho com o Kwait na Espanha, os Emirados Árabes na Itália-1990, a Arábia Saudita na França-1998, além da África do Sul em 2010. Com nenhuma delas, passou da primeira fase.

Seus trabalhos de maior sucesso foram com o Brasil. Ele foi campeão em 1994, com o time liderado por Romário, e saiu na quartas de final em 2006, derrotado pela França. Com a Arábia Saudita, ele foi demitido antes mesmo de ser eliminado.

Na África do Sul, Parreira foi chamado para reconstruir o futebol no país. Começou o trabalho, reformulou a seleção. Ficou menos de um ano afastado, entre 2008 e 2009, período em que Joel Santana dirigiu a equipe. Voltou ao país no fim de 2009 e surpreendeu com a equipe no Mundial.

Apesar de uma vitória e um empate, acabou eliminado na primeira fase. Foi a primeira vez na história que uma seleção do país anfitrião foi eliminado ainda na primeira fase do Mundial.

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