AFP

Ministra dos Esportes anunciou providências após polêmicas da seleção francesa

21/06/2010 - 19h45

Ministra francesa fala em "desastre moral" e exige compromisso ético

Das agências internacionais
Em Knysna (África do Sul)

Nesta segunda-feira, Roselyne Bachelot, ministra dos Esportes da França, encontrou-se com os jogadores e membros da comissão técnica dos Bleus. Após as polêmicas e a grave crise interna vivida pela seleção, ela se referiu ao caso como “desastre moral” e anunciou algumas providências – como um compromisso ético por parte dos jogadores em futuras convocações.

ENTENDA A CRISE NA SELEÇÃO FRANCESA

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“O futebol francês enfrenta um desastre, não porque perdemos um jogo, mas sim por ele ser moral. O governo francês não faz intervenções no esporte, salvo em casos nos quais a reputação do país inteiro está em jogo, como é caso hoje”, afirmou Roselyne.

A ministra anunciou quais medidas serão tomadas, “após reunião com o presidente, o primeiro-ministro e os responsáveis pelo esporte da França”. Haverá uma auditora externa, realizada por um escritório independente, para analisar tudo o que aconteceu com a equipe durante a Copa do Mundo. Além disso, também haverá mudanças com relação a dirigentes e uma campanha para a moralização do esporte.

Outra medida será um compromisso ético ao qual os jogadores devem se submeter nas futuras convocações à seleção francesa. “Quero que, antes de uma competição internacional, este documento seja lido de forma solene e assinado por cada um dos atletas da mesma forma. Se um jogador não desejar fazer isso, não deve ser chamado”, explicou a ministra.

De acordo com Roselyne, alguns jogadores se emocionaram com seu discurso. “Olhei nos olhos de cada um deles e disse: 'está nas mãos de vocês que os nossos filhos continuem a vê-los como heróis. Para alguns ou muitos de vocês, esta será, provavelmente, a última partida em uma Copa do Mundo. Um jogo que todos sonharam quando eram crianças”, contou.

A ministra usou um exemplo de outro esporte para passar sua mensagem aos jogadores. Ela falou sobre o que Raphaël Ibanez fez antes de um jogo difícil da seleção francesa de rúgbi. “Ele simplesmente escreveu esta frase em um quadro nos vestiários: ‘Como vocês querem ser lembrados?’. Repeti a frase olhando nos olhos de cada um. Com esta frase, eles ganharam uma partida que não conseguiriam”, disse.

No domingo, os jogadores da seleção francesa se recusaram a treinar. A polêmica decisão se deu após a exclusão de Nicolas Anelka do grupo e o desentendimento entre o capitão Patrice Evra e o preparador físico Robert Duverne. Domenech leu uma carta dos atletas, na qual eles demonstraram seu repúdio à decisão da Federação Francesa (FFF) de dispensar o atacante.

Um dia antes, o diário L’Équipe estampou em sua manchete a discussão ocorrida entre Anelka e Domenech no intervalo do jogo contra o México, na quinta-feira. Segundo a publicação, o atacante xingou o treinador com os seguintes termos: “Vá tomar no..., sujo filho da p...”.

No grupo A da Copa, França e África do Sul somam apenas um ponto, contra quatro de México e Uruguai. Franceses e sul-africanos entram em campo nesta terça-feira em Bloemfontein às 11h (horário de Brasília). No mesmo horário, os uruguaios jogam contra os mexicanos em Rustenburg; um empate será o suficiente para que as duas seleções se classifiquem para as oitavas de final da Copa.

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