Zinedine Zidane não gostou de ser confrontado com perguntas a respeito da crise na seleção francesa
Apesar de seus dois cartões vermelhos em Copas e do famoso golpe de cabeça em Materazzi na final de 2006, Zinedine Zidane encerrou a carreira com a imagem de um jogador sereno, dentro e fora de campo. Mas nesta segunda-feira, como estrela de um evento de um de seus patrocinadores na África do Sul, o ídolo francês saiu do sério quando confrontado com perguntas a respeito da crise da seleção de seu país no Mundial.
Zidane não escondeu o desconforto ao ser incluído no debate a respeito da crise da França, que teve a exclusão do atacante Anelka do elenco por parte do treinador Raymond Domenech, briga entre jogador e comissão técnica e até recusa do elenco de treinar antes da partida contra a África do Sul.
“Pensei que esta coletiva de imprensa seria tranquila, mas não é o que está acontecendo”, disse o campeão do mundo de 1998, em momento de auge de irritação no debate sobre a crise francesa na Copa.
“Tudo isso é muito triste. Infelizmente tratamos de tudo aqui hoje, menos de futebol. Não quero ser parte deste debate”, emendou Zidane.
No entanto, apesar do desejo de driblar a discussão sobre o momento tenso da seleção de seu país na Copa, Zidane acabou cedendo e comentando o tema, após insistência principalmente de jornalistas franceses.
“Não concordo com o que aconteceu com Anelka. Mas o que acontece no vestiário não deveria sair para a imprensa. Não sou eu quem deve dizer o que deve ser feito. Se um jogador foi excluído, temos que aceitar. Mas o fato é que duas coisas serão lembradas desta Copa: o vencedor e o fato de a França ter se recusado a treinar antes do jogo com a África do Sul”, disse.
O ex-melhor do mundo ainda afirmou não saber quem é o jogador que tem passado as informações de dentro do elenco dos Bleus e disse que não tem nenhuma intenção de se tornar treinador da seleção no futuro, manifestando apoio ao ex-companheiro de 1998 Laurent Blanc, que assumirá o time francês no lugar de Domenech após a Copa.
Com apenas um ponto em dois jogos disputados, a França joga na terça a sua sorte na Copa. Já com Anelka descartado, a equipe de Raymond Domenech enfrenta a África do Sul em Bloemfontein na última rodada do grupo A.
Para avançar à próxima fase, a França precisa derrotar a seleção anfitriã da Copa e torcer para que haja um ganhador no outro duelo do grupo, entre México e Uruguai. Além disso, os franceses precisam ultrapassar no saldo de gols a equipe derrotada no confronto latino-americano.
“Temos uma pequena esperança ainda. É uma pena. Mas ainda esperamos passar”, declarou Zidane, sem transmitir convicção da classificação dos atuais vice-campeões mundiais.
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