19/06/2010 - 07h00

Copa mais fria da história muda rotina de jogadores e atinge protocolo da Fifa

Alexandre Sinato, Bruno Freitas e Mauricio Stycer
Em Johanesburgo (África do Sul)

Com pouco mais de uma semana de disputa, a Copa na África do Sul já se notabiliza como a "mais fria da história". Com termômetro flertando com temperaturas negativas, principalmente nos jogos da noite, o Mundial já começa a mudar a rotina de profissionais envolvidos, inclusive os jogadores.

O FORTE FRIO NA COPA SUL-AFRICANA

  • Richard Heathcote/Getty Images

    Kaká usou luvas e camisa de manga comprida

  • Richard Heathcote/Getty Images

    Dunga também sofreu com frio no banco de reserva

  • Stuart Franklin/Getty Images

    Torcedores usaram cobertores para se aquecerem

Na última terça-feira, na estreia da seleção brasileira contra a Coreia do Norte em Johanesburgo, apenas o lateral esquerdo Michel Bastos e o volante Felipe Melo ousaram usar mangas curtas, mas apenas em um tempo. Alguns dos jogadores usaram luvas em campo para combater os efeitos do frio, na casa de 0°. Kaká, Juan e Gilberto Silva estavam entre eles.

Atrás, no gol, Julio Cesar afirmou que o frio contribuiu para sua concentração na jogada do gol dos norte-coreanos na derrota por 2 a 1 no estádio Ellis Park.

"Você fica ansioso para tocar na bola. Quando ela não chega, é complicado. Precisa ter concentração dobrada. A que foi no gol (contra a Coreia do Norte) acabou entrando. Ruim jogar assim, ainda mais no frio. Procurei ficar visualizando a bola, participando do jogo. Se não, estou fora do jogo".

Na semana que passou, Dunga chegou a marcar um treino noturno para a seleção se habituar às condições climáticas a que seria submetida no jogo contra a Coreia do Norte.

O Brasil volta a jogar à noite neste domingo, quando enfrenta a Costa do Marfim no estádio Soccer City, também em Johanesburgo. A partida acontece às 20h30 locais (15h30 de Brasília). De acordo com a previsão do tempo local, o confronto deve ser disputado com temperatura de -1°.

As baixas temperaturas em Copas não eram registradas desde o Mundial de 1978 na Argentina, o último realizado durante o inverno. Na África do Sul, já vêm interferindo em alguns dos protocolos da Fifa. O primeiro deles é a mudança de roupa dos garotos que acompanham as seleções na entrada em campo. Os jovens que sofreram em trajes curtos vão ganhar vestimentas mais apropriadas ao frio.

"Estava bastante frio. O Kaká ficou esquentando uma menininha. Eles podiam dar um pouco mais de casaco para os pequenininhos. O Julio Cesar também fez isso. O brasileiro é assim, trata todo mundo bem. Só queria pedir para eles darem uns casacos para a criançada não ficar tremendo ali", disse Robinho, sobre a solenidade antes do jogo de estreia da seleção.

Na última semana, uma geada inundou o campo de treinamento da Dinamarca na Cidade do Cabo, e a prática teve que ser cancelada. Perto do mesmo local, na região onde a seleção do Japão está concentrada, a África do Sul registrou queda de neve pela primeira vez em décadas.

As baixas temperaturas provocam preocupação em relação á demanda de energia para as próximas semanas. No entanto, a Eskom, companhia responsável pelo setor na África do Sul, emitiu um comunicado ao longo da semana assegurando o fornecimento sem interrupções.

No país da Copa, voltando para dentro de campo, já há quem associe o clima com a baixa incidência de gols da competição – nos 16 jogos da primeira rodada, foram apenas 25, em conta que aponta média decepcionante de 1,56 por partida.

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