18/06/2010 - 16h03

Operadora cultural da Fifa é acusada de maus tratos a torcedores

Do UOL Esporte
Em São Paulo
  • Marfinenses ficaram sem comida mesmo durante jogo contra Portugal. Empresa que cuidaria deles não entregou sequer blusas

    Marfinenses ficaram sem comida mesmo durante jogo contra Portugal. Empresa que cuidaria deles não entregou sequer blusas

Aos organizadores da Copa de 2014, no Brasil, vale a prevenção do problema, que pode envolver até governos federais. A African Village, empresa sul-africana contratada pela Fifa e que organiza a simulação de vilarejos africanos para os turistas durante a Copa, é acusada por um grupo de mais de 400 torcedores da Costa do Marfim de os ter tratado de maneira desumana em seu acolhimento na África do Sul.

A história começa ainda na Costa do Marfim, no Comitê Nacional de Apoio aos Elefantes. Não, não é uma ONG de proteção aos paquidermes em extinção, e sim um órgão público, que conta com lei, verba governamental e patrocinadores privados, a quem é incumbido organizar a torcida da Costa do Marfim em todas as competições esportivas do país no exterior.

Para a Copa do Mundo da África do Sul, um grupo de 460 torcedores que se inscreveram no site da instituição foram sorteados e ganharam o direito de assistir das arquibancadas as partidas da seleção do astro Didier Drogba contra Portugal, Brasil e Coreia do Norte, pelo Grupo G.

Quem organizaria o grupo de torcedores seria a African Village, com quem o governo da Costa do Marfim assinou contrato e versou a quantia de cerca de R$ 3,6 milhões para acolher seus torcedores.

Porém, desde que chegaram à Johanesburgo na última terça-feira, os torcedores passaram fome, frio e complicações de hospedagem. A situação precária dos torcedores chegou mesmo a ser tema de uma reunião do Ministério do Esporte da Costa do Marfim, que teve de socorrer seus torcedores e pressionar a African Village a cumprir com seu contrato.

Segundo relata a imprensa marfinense, os torcedores tinham direito a hospedagem, transporte, três refeições diárias e roupas quentes, já que foram impedidos de trazer mais vestimentas de casa por limitações de bagagem.

Porém, ficaram dois dias sem receber comida, não receberam as roupas para se protegerem do frio beirando o zero grau na África do Sul, e não tinham com quem reclamar, pois segundo os relatos do jornal Sport Ivoire, a African Village, que deveria acolhê-los, parece mais uma empresa fantasma – a falta de site na internet desta operadora cultural é testemunha.

Duras críticas foram endereçadas a African Village, contra quem o governo da Costa do Marfim disse que irá tomar as decisões judiciais cabíveis. Olho aberto, Brasil-2014.

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